A Marfrig anunciou nesta quarta-feira (15) que teve lucro líquido de R$ 62,6 milhões no primeiro trimestre, revertendo resultado negativo de R$ 634 milhões sofrido no mesmo período do ano passado.
O desempenho operacional medido pelo Ebitda ajustado foi de R$ 2,65 bilhões, quase o dobro do apurado um ano antes, com a margem avançando 4,1 pontos percentuais no período, para 8,7%.
A companhia, maior fabricante de hambúrgueres do mundo, teve receita líquida de R$ 30,4 bilhões, expansão anual de 3,8%. O custo do produto vendido teve oscilação para baixo de 0,7%, a R$ 26,5 bilhões.
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O balanço da companhia foi ajudado em parte pelo desempenho recorde das operações da processadora de aves e suínos BRF, e por uma redução de cerca de R$ 400 milhões no resultado financeiro negativo, que ficou em R$ 1,1 bilhão.
A empresa reduziu a alavancagem consolidada de 3,71 vezes no final de 2023 para 3,43 vezes ao fim de março deste ano.
América do Norte
A Marfrig afirmou que as operações da América do Norte, representadas pela National Beef tiveram “margens superiores à média do mercado”. A margem Ebitda ajustada foi de 2,1% e a receita líquida subiu 9,6%, a R$ 2,8 bilhões.
Questionado sobre o ciclo do gado nos Estados Unidos, o presidente-executivo da Marfrig para a América do Norte, Tim Klein, afirmou que a expectativa é que o preço de aquisição dos animais para abate cresça cerca de 30% na região entre 2022 até 2027. Segundo ele, de 2022 a 2023, o preço já subiu 16% e do ano passado para este houve alta de mais 12%.
Klein afirmou que a elevação do preço decorre de um quadro marcado por demanda aquecida por carne bovina na América do Norte e oferta de gado restrita.
“Esperamos ver redução de utilização de capacidade na indústria (de carne bovina norte-americana) com o ciclo apertando mais”, acrescentou. “A oferta (de gado) vai chegar a um mínimo em 2027 e vamos ver o maior preço do gado”, disse Klein.
Rio Grande do Sul
O presidente-executivo da Marfrig para América do Sul, Rui Mendonça, afirmou que a tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul não teve impactos diretos significativos sobre as operações da empresa no Estado.
Mendonça disse que a empresa tem quatro fábricas no sul e no oeste do estado, que sofreram menos impactos de inundações que a região metropolitana de Porto Alegre, por exemplo. Além disso, o principal porto usado pela companhia para exportações, o de Rio Grande segue aberto e com caminhos logísticos até ele liberados, afirmou.
“Não tivemos maiores transtornos…O maior problema é que impactou profundamente a população do estado”, disse Mendonça, acrescentando que o Rio Grande do Sul representa menos de 5% do faturamento da Marfrig na América do Sul.
Questionado sobre os preços do gado no Estado, Mendonça afirmou que desde o início da tragédia “não sofreram nenhum efeito. Os preços continuam nos mesmos patamares”.