Não é novidade que os times de futebol brasileiros atraem muita atenção de patrocinadores e, para constatar essa informação, basta olhar para as camisetas das equipes em campo nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Apesar da grande quantidade de nomes que aparecem por lá, os patrocínios master contemplam apenas quatro segmentos econômicos, de acordo com o levantamento realizado pela Forbes.
Entre os 20 times que disputam a Série A, as empresas de apostas são responsáveis por 75% de seus patrocínios masters, seguindo a tendência de crescimento desse setor no mercado de esportes. O segundo segmento com maior representatividade nas publicidades dos times é o financeiro, aparecendo em 15% deles.
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Essas companhias têm um amplo mercado para conquistar. Apenas em 2023, a receita de 31 dos 40 clubes que integram as séries A e B chegou a R$ 11,1 bilhões, de acordo com o levantamento anual realizado pela EY. O montante é 39% superior ao registrado em 2022. Desse total, R$ 1,4 bilhão foram provenientes da área comercial, que engloba os patrocínios.
Segundo o levantamento, os 5 principais clubes do Brasileirão representaram 52% do valor arrecadado com contratos comerciais. Desse total, o Flamengo faturou R$ 242 milhões, o Palmeiras teve receita de R$ 165 milhões e o Corinthians atingiu R$ 137 milhões. O Bahia e o Botafogo aumentaram em mais de 100% essa fonte de receita se comparado ao exercício anterior.
“A entrada da verba das empresas de apostas esportivas no futebol brasileiro é uma maneira de fortalecer o principal esporte nacional. As quantias, que estão cada vez maiores e mais significativas, aumentam o poder econômico das equipes. Como consequência, mais dinheiro pode ser investido em melhorias na estrutura, na compra de novos atletas e, de forma indireta, nas categorias de base”, explica Ricardo Bianco Rosada, fundador da consultoria brmkt.co.
Alguns dos contratos atuais são os maiores da história dos clubes, a exemplo de equipes como Corinthians, Flamengo, Bahia, Juventude, Fortaleza, entre outros. Para o CEO da SAF do Fortaleza, Marcelo Paz, o contrato com a empresa de apostas feito em 2023 colocou o clube na mesma prateleira de outras das principais equipes da região, em nível de patrocínio master.
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“Nos últimos anos, o clube vem conquistando uma grande credibilidade a nível nacional, em função tanto dos resultados esportivos quanto da atuação da torcida, e isso nos possibilitou assinar esse contrato tão importante”, pontua Paz.
Já no caso do Juventude, o acordo com uma casa de apostas internacional veio após o acesso à Série A e promete ser um grande reforço para que o time cumpra as metas estabelecidas para 2024. “A relevância e credibilidade do Juventude a nível nacional foi o que possibilitou essa parceria. Acordos de patrocínio com grandes marcas integrantes do mercado fortalecem a equipe e melhoram as perspectivas para a temporada, em campo e também fora dos gramados”, diz Bruno Zaballa, Vice-presidente de marketing do Juventude.
O segundo maior segmento de patrocínios, o financeiro, é representado pelos times Palmeiras (Crefisa), Grêmio (Banrisul) e Internacional (Banrisul), 15% do total de clubes do Brasileirão.
“O apoio do Banrisul fortalece o futebol do Internacional e tem um papel importante nas finanças do clube há muitos anos. Esse acordo mostra que o Banrisul atua além das funções de um simples patrocinador, tratando-se de um verdadeiro parceiro comercial”, afirma Nelson Pires, vice-presidente de marketing do Internacional.
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Com os contratos de patrocínios valorizados entre os clubes, além do oferecimento de crescentes premiações ano após ano, a CBF também busca a valorização do campeonato como um todo, por meio de seus parceiros. Não é atoa que a confederação vendeu os direitos de nome do Campeonato Brasileiro em abril, também para um site de apostas. O contrato gerou R$ 70 milhões aos cofres da entidade.
Além da venda dos naming rights, a CBF tem um patrocinador oficial, que é a Penalty, empresa de materiais esportivos fundada em 1970. “A Penalty entende a importância de estar presente no maior campeonato de futebol do país, o Brasileirão. O esporte sempre foi um meio de integração e comunicação entre suas marcas e os consumidores. Esse patrocínio demonstra a força recente que a nossa marca vem conquistando no mercado”, afirma Bruno Martins, coordenador de marketing da Penalty.