A Gol informou nesta sexta-feira que registrou prejuízo líquido de R$ 395 milhões em abril, em meio a conversas de sua controladora com a rival Azul sobre “eventuais oportunidades” e a um recente acordo de codeshare.
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A receita líquida da empresa, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos, somou R$ 1,34 bilhão no mês passado, enquanto a dívida liquida chegou a R$ 23,3 bilhões no período.
Os números fazem parte do relatório operacional mensal da companhia, encaminhado ao tribunal de falências dos EUA, conforme exigido durante o processo de recuperação judicial da empresa.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 135 milhões em abril, com margem Ebitda de 10%, conforme fato relevante.
A Gol não divulgou a leitura de março, já que o registro coincidiu com a publicação do seu balanço do primeiro trimestre, quando apurou prejuízo líquido de 130,2 milhões de reais, em desempenho afetado principalmente por despesas financeiras.
Em paralelo, a empresa anunciou que foi aprovada, em reunião do conselho de administração, a eleição de Eduardo Guardiano Leme Gotilla como CFO da companhia, em substituição a Mario Tsuwei Liao, que apresentou pedido de renúncia.
Gotilla, que é ex-diretor financeiro da Light, começará a atuar no cargo a partir de 3 de junho, segundo fato relevante.
A companhia aérea entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça norte-americana, processo conhecido como Chapter 11, em janeiro deste ano e desde então sua situação econômica tem estado sob forte escrutínio.
A empresa lançou mais cedo esta semana seu plano financeiro de cinco anos, visando sair da recuperação judicial e melhorar seus resultados, que envolve um aumento de capital de US$ 1,5 bilhão e refinanciamentos de US$ 2 bilhões em dívida.
Além disso, a concorrente Azul informou que tem mantido conversas independentes com a Abra, holding controladora da Gol, para “explorar eventuais oportunidades”, embora ainda não haja qualquer acordo definido.
A Gol e a Azul são, respectivamente, a segunda e a terceira maiores companhias aéreas do Brasil em receita por passageiro por quilômetro, uma medida de tráfego. Cada uma tem cerca de 30% de participação no mercado doméstico, atrás dos 40% da Latam, segundo dados da Anac. Ambas firmaram recentemente um acordo de “codeshare” que engloba mais de 150 destinos.