O Ibovespa apresentava queda nos primeiros negócios desta quarta-feira (19), que deve ter as operações reduzidas pelo feriado nos Estados Unidos e marcadas por expectativas para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central após o fechamento.
Às 10h30, o índice tinha variação negativa de 0,32%, a 119.259,14 pontos. O contrato futuro do Ibovespa com vencimento mais curto, em 14 de agosto, cedia 0,24%. O dólar à vista subia 0,49%, a R$ 5,46 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,01%, a R$ 5,447.
Todas as atenções do mercado nesta quarta-feira se voltam para a decisão do Copom, que será divulgada a partir das 18h, com ampla expectativa dos analistas de que os juros permanecerão em 10,50% ao ano, em meio aos aumentos das incertezas nos cenários doméstico e externo.
O foco, no entanto, será na forma como cada membro do BC votará, à medida que o mercado tenta projetar o futuro da política monetária brasileira após o término do mandato do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, no fim do ano.
Na última reunião, em maio, houve uma divisão entre os diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que votaram em um corte de 0,5 ponto percentual, e os diretores remanescentes da gestão de Jair Bolsonaro, que formaram maioria por uma redução de 0,25 ponto.
A manutenção da Selic no patamar atual encerraria uma sequência de sete cortes consecutivos nos juros.
Uma Selic mais alta torna o real mais atraente para uso em estratégias de “carry trade”, em que investidores tomam empréstimos em países com taxas baixas e aplicam os recursos em mercados mais rentáveis, de forma a lucrar com o diferencial de juros.
Mas a divisa norte-americana tem acumulado ganhos contínuos nas sessões recentes por conta das dúvidas dos investidores em relação ao compromisso do governo com as contas públicas.
“A gente vê um viés cada vez mais forte de corte de juros lá fora. Porém, a gente não vem fazendo nosso trabalho de casa. O governo vem gastando mais do que pode”, disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos. “A gente sabe que o dólar acaba influenciando em uma cadeia bem grande e impulsionando a inflação”, acrescentou.
Lula atacou Campos Neto ao comentar sobre a política monetária e não indicou alternativas concretas sobre como se dará o ajuste fiscal no país, afirmando apenas que nada pode ser descartado no momento.
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Em meio às derrotas do governo no Congresso em seus esforços para elevar a arrecadação federal, o mercado tem pressionado pela revisão de gastos orçamentários a fim de que a meta de zerar o déficit primário neste ano seja atingida.
(Com Reuters)