O Ibovespa encerrou uma sequência de seis quedas consecutivas e fechou em alta de 1,23% nesta quinta-feira (06), ajudado pelo avanço de commodities como o minério de ferro e o petróleo, que beneficiou principalmente as ações de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3 / PETR4). O índice foi impulsionado também pelo alívio na curva de DI, que apoiou papéis sensíveis à economia doméstica.
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Investidores estão na expectativa pelos dados de emprego dos Estados Unidos que devem sair na sexta-feira e que podem reforçar — ou não — as apostas sobre um primeiro corte de juros na maior economia do mundo neste ano. Números durante a semana sinalizam que o mercado de trabalho parece estar se reequilibrando.
O Ibovespa avançou 1,23%, a 122.898,8 pontos, após perder quase 2,5% em seis sessões. Na máxima do dia, chegou a 123.245,79 pontos. Na mínima, marcou 121.377,07 pontos.
O volume financeiro, porém, segue baixo, totalizando R$ 18,82 bilhões, de uma média diária no ano de R$ 23,8 bilhões.
O Banco Central Europeu reduziu os juros nesta quinta-feira, mas sinalizou que o trabalho ainda não acabou pois a inflação deverá permanecer muito alta até o próximo ano.
A ação do BCE reforça ainda mais a atenção com a decisão do Federal Reserve na próxima quarta-feira (12), principalmente os sinais da autoridade monetária sobre seus próximos passos. Além do comunicado com a decisão e da coletiva de imprensa do chair do Fed, Jerome Powell, serão divulgadas projeções econômicas.
De acordo com o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, ainda há muitas dúvidas sobre os EUA. “Há pouco tempo, havia preocupações sobre o risco de o Fed precisar aumentar os juros. Agora, após os últimos dados mais fracos de atividade, já há visões de que talvez precise cortar mais rápido…a verdade é que ninguém sabe como de fato o BC norte-americano irá reagir nos próximos meses”, afirmou.
No Brasil, o Banco Central também esteve no radar, com discursos do presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, que mesmo com discursos conservadores não atrapalharam o ajuste de baixa nas taxas futuras de juros na B3.
Após atingir na véspera o maior valor desde janeiro do ano passado, o dólar à vista fechou a quinta-feira em baixa firme ante o real, com as cotações em sintonia com o recuo da moeda norte-americana no exterior, com a alta do Ibovespa e com a baixa dos juros futuros, em um dia favorável para os ativos brasileiros.
O dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,2492 na venda, em baixa de 0,90%.
Às 17h09, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,93%, a 5,2620 reais na venda.
No início do dia a moeda à vista chegou a subir pontualmente, marcando a cotação máxima de 5,3102 reais (+0,25%) às 9h08.
DESTAQUES
– VALE ON (VALE3) subiu 1,39%, experimentando um respiro após sequência de quedas, em desempenho ajudado pela recuperação nos futuros do minério de ferro na China. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia com alta de 0,96%, a 839,5 iuans ( US$ 115,85) por tonelada, após queda em cinco sessões consecutivas.
– ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) valorizou-se 1,27% e BRADESCO PN (BBDC4) encerrou com acréscimo de 2,11%, acompanhando a tentativa de melhora no pregão brasileiro.
– PETROBRAS PN (PETR3 / PETR4) avançou 0,47%, endossada pelo aumento dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou negociado em alta de 1,86%.
– ZAMP ON (ZAMP3), que não faz parte da composição do Ibovespa, disparou 10,19%, após anunciar plano para comprar a operação brasileira de lojas da rede de cafeterias norte-americana Starbucks por R$ 120 milhões. A Zamp atualmente administra a operação no Brasil das redes Burger King e Popeyes.
– LOJAS RENNER ON (LREN3) terminou com elevação de 3,8%, após o plenário do Senado aprovar projeto que cria o programa automotivo Mover, com o texto incluindo a cobrança de imposto sobre compras internacionais de até US$ 50. Analistas do Citi também elevaram a recomendação das ações para “compra”, conforme relatório enviado mais cedo a clientes.
– BRASKEM PNA (BRKM5) recuou 4,12%, entre as poucas quedas do dia, ainda fragilizada pela decisão do grupo de Abu Dhabi Adnoc de desistir de manter negociações para compra de fatia da Novonor na petroquímica no começo de maio, além de notícia recente sugerindo chance de o ex-ministro Guido Mantega passar a fazer parte do conselho de administração da companhia.