O Ibovespa subia nesta quinta-feira (20), aliviando parte das pressões recentes após a decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na véspera, de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, encerrando um ciclo de sete cortes de juros consecutivos.
Por volta das 10h30, o índice tinha uma alta de 0,53%, aos 120.261,34 pontos. O dólar à vista caía 0,58%, a R$ 5,4094 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento recuava 0,20%, a R$ 5,4110 na venda.
Nesta manhã, os investidores nacionais começavam a repercutir a decisão dos membros do BC na quarta-feira, de manter o patamar atual da taxa básica de juros, o que já era amplamente esperado pelo mercado.
A escolha pelo fim do ciclo de afrouxamento monetário veio na esteira do que a autarquia classificou como “cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas”.
O foco central da decisão, no entanto, estava no placar. A unanimidade demonstrada pelas autoridades afastou temores de que a divisão da reunião anterior, entre diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os remanescentes da gestão de Jair Bolsonaro, pudesse se repetir.
A incerteza sobre o placar ainda havia sido fomentada durante a semana depois que Lula atacou a atuação de Campos Neto no cargo, dizendo que o chefe do BC trabalha para “prejudicar” o país, e antecipou suas críticas à possibilidade de o Copom manter os juros inalterados.
A percepção é de que a união dos diretores em torno da manutenção da Selic reforça o compromisso da autoridade monetária com a meta de inflação, o que vinha sendo enfatizado pelos membros do BC em aparições públicas recentes.
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“Amanhecemos nesse pós-Copom com certo alívio no mercado, dado que a decisão veio exatamente em linha com o esperado”, disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.
“A volatilidade trazida pela última decisão foi tratada com cautela e o comunicado trouxe um parecer técnico, indicando que a equipe pretende ter mais cautela com a redução de juros, mesmo sobre críticas do Executivo”, acrescentou.
(Com Reuters)