As exportações da China cresceram no ritmo mais lento em três meses em julho, em 7% em base anual, ficando abaixo das expectativas de alta de 9,7% e desacelerando-se em relação ao aumento de 8,6% em junho. Já as importações reverteram a queda do mês anterior e aumentaram 7,2%, acima do consenso de alta de 3,5%.
Com isso, o superávit comercial chinês somou US$ 84,7 bilhões. O resultado também ficou abaixo das expectativas, de US$ 99 bilhões, mas acima do saldo positivo de US$ 80 bilhões no ano passado.
Leia também
Analistas afirmam que as fábricas chinesas provavelmente enfrentarão forte pressão sob os preços nos próximos meses, prejudicadas por tarifas ocidentais e por problemas de demanda, ao passo que uma corrida para aumentar o fornecimento de chips antes de esperadas restrições dos Estados Unidos elevou as importações. Com isso, o comércio internacional se apresentará como um novo obstáculo para o já fraco crescimento econômico da China.
“O mercado monitora a perspectiva de entrada de tarifas como um fator que pode levar a alguma moderação das exportações e da atividade manufatureira da China no segundo semestre do ano”, afirma Lynn Song, economista-chefe para China do ING.
Para Sophie Altermatt, do Julius Baer, a dinâmica do comércio exterior pode se tornar um suporte menor à segunda maior economia do mundo no segundo semestre. “Como o ímpeto das exportações parece estar diminuindo, as vendas externas da China ao mundo podem se tornar um motor a menos da economia chinesa no segundo semestre do ano”, diz.
-
Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Já os números mais animadores das importações foram sustentados pela corrida das empresas chinesas para comprar chips, diante da expectativa de novas restrições dos EUA, disse Xing Zhaopeng, estrategista sênior para a China do ANZ.
“Olhando para o futuro, o ciclo comercial ascendente pode ter terminado. Espera-se que tanto as importações quanto as exportações desacelerem no terceiro trimestre.”
De um modo geral, os detalhes das categorias de produtos importados indicam que a recuperação das compras chinesas feitas do exterior não está sendo impulsionada por uma recuperação da demanda doméstica. Ao contrário, reflete a estratégia do país de impulsionar o crescimento por meio de investimentos em alta tecnologia e inovação.
Para o Itaú, as tarifas devem ser um problema para 2025. “O aumento cogitado nos EUA e em demais regiões contra a China deve ser bem significativo, afetando também a ‘triangulação’ de produtos que saindo da China”, diz o economista-chefe, Mário Mesquista.
Escolhas do editor
(*Com agências internacionais)