O fundador e ex-presidente da empresa chinesa de comércio eletrônico PDD Holdings, Colin Huang, que havia se tornado a pessoa mais rica da China no início deste mês, perdeu o posto nesta segunda-feira (26) após ver seu patrimônio líquido encolher quase 30%, ou US$ 14 bilhões (R$ 77 bilhões).
Agora, Huang ocupa o quarto lugar no ranking chinês da Forbes e o 50º lugar na lista de bilionários da Forbes em tempo real. A perda de riqueza do bilionário reflete a queda de mais de 30% das ações da varejista chinesa, dona da plataforma de e-commerce Temu, nesta sessão em Nova York.
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Com isso, o patrimônio de Huang é estimado em US$ 35,3 bilhões (R$ 194,15 bilhões). Com isso, ele fica atrás de Zhong Shanshan (US$ 49,9 bilhões ou R$ 274,5 bilhões); Zhang Yiming (US$ 43,4 bilhões ou R$ 238,7 bilhões) e Ma Huateng (US$ 40,7 bilhões ou R$ 223,85 bilhões).
Competição acirrada
No último ano, as ações da PDD subiram mais de 20%. O tombo das ações nesta segunda-feira ocorreu após a holding prever lucro e receita abaixo do esperado para o segundo trimestre. A PDD cita desafios para sustentar o ritmo de expansão em meio a rivais agressivos, como a ByteDance, da concorrente chinesa TikTok, e o Alibaba.
“A concorrência veio para ficar e espera-se que se intensifique no setor”, disse o cofundador Chen Lei durante teleconferência após os resultados. Segundo ele, o alto crescimento da receita não é sustentável. “Uma tendência de queda na lucratividade é inevitável”, diz.
Para Wang Xiaoyan, analista da 86Research, com sede em Xangai, a PDD enfrentará uma concorrência acirrada principalmente na China, o que demandará mais investimentos por parte da varejista.
“Com uma estratégia voltada para a qualidade da plataforma no longo prazo, e não em retornar valor para o acionista no curto prazo na forma de dividendos ou recompras, a companhia irá foca rem investimentos”, afirmam Paulo Gitz e Maria Irene Jordão, da XP.
Segundo a equipe de estratégia global da corretora, o resultado da PDD no trimestre passado sentiu o gasto reduzido do consumidor em meio à atividade econômica mais fraca na China. “Todos os segmentos da companhia decepcionaram em termos de receita, incluindo serviços de publicidade, serviços de transações financeiras e vendas de mercadorias”, dizem.
Para eles, os custos da PDD também preocupam, em meio ao salto no trimestre passado por causa de gastos ligados a marketing, promoções e aumento de pessoal.
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Vale lembrar que nos últimos anos a Temu ganhou terreno no e-commerce em relação às gigantes tradicionais, como Alibaba e JD.com, em meio a uma estratégia de preços baixos e campanhas promocionais agressivas.
Ainda assim, a Temu se tornou rapidamente um dos aplicativos mais baixados nos Estados Unidos e também no Brasil logo após sua estreia, em 2022 e 2024, respectivamente. Desde então, a plataforma começou a desafiar outras rivais de compras on-line, como Shein, Shopee e até mesmo a Amazon.
(*Com agências internacionais)