As criptomoedas apresentam boas perspectivas de valorização. Há três motivos para isso. O primeiro é que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deverá, finalmente, começar a reduzir os juros nos Estados Unidos no segundo semestre. Isso vai ampliar o apetite dos investidores para alternativas mais arriscadas, incluindo as moedas digitais.
Para se ter uma ideia, até julho de 2024, o Bitcoin foi o ativo com maior valorização. Conforme levantamento da Elos Ayta Consultoria, seja no recorte mensal (+7,89%), no acumulado do ano (+78,18%) ou em 12 meses (+166,97%), a primeira e mais conhecida criptomoeda do mundo, lidera o ranking de aplicações. “Esse desempenho ressalta a força das criptomoedas no mercado financeiro, apesar da sua alta volatilidade”, afirma o consultor Einar Rivero.
Leia também
O segundo motivo é que o órgão regulador do mercado mobiliário dos EUA, conhecido pela sigla SEC, aprovou, em janeiro, o lançamento do Exchange Traded Funds (ETF) de bitcoin, um fundo de investimento da criptomoeda, no mercado à vista. Dessa maneira, os investidores de varejo dos EUA poderão comprar diretamente bitcoins, e não mais ter de aplicar nessas moedas por meio de derivativos emitidos pelos bancos.
E o terceiro motivo é o “halving”. Uma forma de recompensa a seus mineradores a taxas decrescentes. Cada vez que são minerados 210 mil bitcoins, o prêmio cai à metade. Em inglês “half”, daí o termo “halving”. As cotações tendem a subir quando isso acontece, uma vez que a queda na recompensa deve diminuir a oferta de bitcoins. Assim, as perspectivas são positivas.
Logo, investir em moedas digitais pode ser uma oportunidade lucrativa, mas exige conhecimento. Pensando nisso, a Forbes perguntou a especialistas como investir em criptomoedas.
Por onde começar?
Quando iniciamos neste mercado, é preciso selecionar uma exchange (plataforma de negociação) confiável para comprar, vender e armazenar suas criptomoedas. De acordo com Vinicius Moura, economista e sócio da Matriz Capital, algumas opções são Coinbase, Binance, Kraken, além de corretoras de valores. Depois disso, é preciso depositar fundos em sua conta utilizando métodos aceitos, como transferência bancária ou cartão de crédito.
“Também, escolha a moeda desejada e realize a compra. Lembre-se de considerar a opção de adquirir as moedas digitais por meio de ETFs, que proporcionam uma maneira mais simplificada e regulada de investir”, diz.
Para gerenciar investimentos em criptomoedas é necessário uma abordagem estratégica, como diversificação. “Invista em uma variedade de criptomoedas para reduzir os riscos e estabeleça metas claras de investimento”, afirma Moura. No armazenamento de longo prazo, considere transferir suas criptomoedas para uma carteira segura, como carteiras de hardware ou de papel.
Pontos de atenção
Os pontos positivos das moedas virtuais são que elas têm o potencial de altos retornos e operam sem necessidade de intermediários. Além disso, as criptomoedas proporcionam maior privacidade em comparação com métodos tradicionais.
Entretanto, é importante ficar de olho na alta volatilidade. “Em muitos países, há pouca regulamentação e proteção ao consumidor. Outra desvantagem é que as criptos podem ser usadas para fins ilícitos, como lavagem de dinheiro. Ainda é preciso enfrentar desafios técnicos, por exemplo, hackers e fraudes”, enumera o economista da Matriz Capital.
De acordo com Jéssica Lima, Fundadora e CEO da JP2PAY, corretora personalizada de criptomoedas, armazenar ativos em carteiras frias – ou seja, que não se conecta com a internet – pode reduzir o risco de ataques cibernéticos.
Outro passo é educar-se sobre as tecnologias subjacentes, como o blockchain, banco de dados distribuído que armazena todas as transações de tokens. Para Bruno Lima, especialista em Day Trade e criador do método nômade, após abrir sua conta, decida quanto investir, sempre ciente da volatilidade do mercado e aportando apenas o que você pode perder.
Também, é fundamental fazer backup das chaves privadas em locais seguros e separados. “Para evitar fraudes, mantenha-se atento a promessas de retornos altos e ofertas iniciais (ICO, na sigla em inglês) que parecem boas demais para ser verdade”, diz Lima. Além disso, esteja ciente das obrigações fiscais e regulatórias em sua região.
Saiba mais
É o caso da tributação de rendimentos com criptomoedas. No Brasil, a recente Lei 14.600, sancionada em 2024, estabelece normas mais claras para o mercado de criptoativos, promovendo maior transparência. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também intensificou a regulamentação de criptoativos e ICOs (ofertas iniciais de moedas), o que contribui para um ambiente de investimento mais seguro.
As criptomoedas são moedas digitais descentralizadas que utilizam criptografia para garantir a verificação das transações. Além disso, funcionam de forma independente de governos e bancos centrais, permitindo transferências de valor diretamente entre as partes (peer-to-peer) sem a necessidade de intermediários. Desde o Bitcoin, em 2009, surgiram milhares de outras criptomoedas, cada uma com características e aplicações específicas.