A bolsa brasileira tinha dois roteiros para escolher nesta terça-feira (24) — um mais negativo, repercutindo a ata do Copom que consolidou as estimativas de Selic mais alta, e um mais otimista, surfando na nova rodada de estímulos da China. O Ibovespa escolheu a segunda opção.
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O principal índice da bolsa brasileira interrompeu uma sequência de cinco quedas para fechar em alta de 1,22%, aos 132.156 pontos. O dólar à vista também retomou a sua trajetória de queda após duas sessões de alta — o recuo foi de 1,33% aos R$ 5,4614.
Nos últimos dias, a moeda americana havia se fortalecido frente ao real — 2,10%. Isso porque o mercado repercutiu a capacidade do governo Lula em equilibrar as contas públicas.
As exportadoras de commodities foram as grandes estrelas do dia. A CSN teve alta de 9%, enquanto Brava Energia (8,72%), Usiminas (7,68%), Vale (4,88%) e Prio (4,40%) também tiveram altas significativas.
Por que a China embala o Ibovespa?
Dentre as medidas estão cortes nas taxas de juros, empréstimos e hipotecas, medidas para injetar liquidez e estimular o mercado acionário local, além de outras iniciativas para melhorar a garantia de renda e consumo da população.
Com isso, a expectativa é que a China, maior consumidora de commodities do mundo, volte a ter apetite. A maior demanda mexe com os preços. Hoje, o minério de ferro subiu quase 5% na bolsa de Dalian.
Como as mineradoras e siderúrgicas possuem peso significativo no índice, o movimento de alta se sobrepôs à tensão local.
Selic mais alta?
Assim como aconteceu no comunicado da decisão que elevou a taxa referencial Selic em 0,25 ponto percentual, na semana passada (18), o Comitê de Política Monetária não deu dica de quais serão os seus próximos passos na ata da última reunião, divulgada nesta terça-feira (24).
O documento, no entanto, foi descrito como “duro” por analistas e economistas. Isso faz com que as expectativas para a taxa de juros sigam subindo. Agora, os especialistas estimam que ainda que o ciclo de alta não seja grande, a tendência é que a Selic permaneça estacionada em um patamar elevado por mais tempo.
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Entre as maiores quedas da sessão do Ibovespa predominaram ações que sofrem com a alta dos juros e estão atreladas ao consumo. O pior desempenho foi da Azul (-5,04%), seguida de Pão de Açúcar.