O governo chegou à conclusão de que não há necessidade de retorno do horário de verão neste ano, anunciou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta quarta-feira (16).
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Em coletiva de imprensa, ele afirmou que, apesar da seca grave e histórica deste ano, o Brasil não enfrenta risco energético nesse momento e que terá condições de avaliar, após o próximo verão, um possível retorno dessa política para 2025.
Segundo Silveira, outras ações de planejamento do setor elétrico tomadas nos últimos meses para enfrentamento da seca, visando preservar reservatórios de usinas hidrelétricas e aumentar a capacidade de escoamento de energia entre as regiões, já foram suficientes para eliminar riscos e tornar dispensável a volta do horário de verão neste ano.
Ele lembrou ainda que retomar a política a partir do próximo mês teria impacto negativo para outros setores, dada a falta de previsibilidade e tempo para programação, e que adotá-la nos primeiros meses de 2025 já não traria tanto efeito positivo para o setor elétrico.
O ministro ressaltou ainda que essa decisão sobre o horário de verão tem “fundamentação técnica e não política”, cabendo ao Ministério de Minas e Energia.
O horário de verão, criado há mais de 90 anos para economizar energia elétrica e extinto em 2019, voltou à pauta do governo devido à seca deste ano, com afluências abaixo da média histórica desde o período chuvoso passado.
A estiagem tem sido especialmente grave na região Norte, onde estão localizadas grandes usinas hidrelétricas, que têm papel relevante para garantir o atendimento da ponta, no final da tarde, quando a carga de energia está no pico e a geração solar está saindo do sistema.
Segundo diagnóstico realizado pelo Operador Nacional de Energia Elétrico (ONS), o adiantamento dos relógios em uma hora pode ajudar a reduzir a pressão sobre o sistema elétrico e facilitar a operação nesse momento do dia.
Na coletiva desta quarta-feira, representantes do ONS disseram que o estudo que mostra benefícios do retorno do horário de verão para o setor elétrico é atemporal.
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“Sob a ótica do setor elétrico, o estudo feito demonstra que há benefícios do horário de verão para o atendimento da ponta, isso é uma questão conjuntural. Agora, questionando a imprescindibilidade dessa medida, é uma resposta que só pode ser feita conjunturalmente”, apontou Alexandre Zucarato, diretor de Planejamento do ONS.