A semana começou em ritmo lento para as bolsas globais, mas o Ibovespa terminou o dia em alta .
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O principal índice da bolsa brasileira avançou 0,78%, aos 131.005 pontos. O dólar à vista caiu 0,58%, a R$ 5,58, se afastando momentaneamente da casa dos R$ 5,60.
O movimento da bolsa brasileira aconteceu após operar sem definição pela manhã. O alívio na curva de juros que ajudou a embalar a bolsa veio após uma notícia da Reuters apontar que o governo busca alternativas para conter gastos após as eleições municipais. Com o ambiente fiscal mais ameno, os negócios também foram apoiados pelo avanço dos índices acionários nos Estados Unidos.
Apesar do desempenho, a guerra no Oriente Médio e a possibilidade de novos estímulos monetários e fiscais na China seguiram sendo pano de fundo para os negócios.
A moeda norte-americana fechou a segunda-feira (14) em queda ante o real, retornando para abaixo dos R$ 5,60. O movimento se deu também após reportagem da Reuters informar que o governo Lula se prepara para apresentar medidas de contenção de gastos depois das eleições municipais. Também, o recuo no Brasil ocorreu a despeito de, no exterior, o dólar estar em alta ante a maioria das demais divisas. Em outubro, porém, a divisa acumula alta de 2,45%.
Dados a serem digeridos
No Brasil, o mercado repercutiu os números do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB medido pelo Banco Central.
Contrariando a expectativa de estabilidade, o BC informou nesta segunda-feira (14) que o IBC-Br avançou 0,2% em agosto sobre o mês anterior. A leitura foi melhor do que a expectativa do mercado, mas o resultado do mês anterior também foi revisado para baixo — de -0,4% para -0,6%.
O maior reflexo dos números devem ocorrer principalmente na curva de juros. Uma economia aquecida e com sinais inflacionários é a principal inimiga do Banco Central. Vale lembrar que, no mês passado, a autarquia monetária elevou a taxa de juros Selic em 0,25 ponto percentual, a 10,75%, e deve realizar novos aumentos nas duas últimas reuniões do ano.
Atenção também para o Relatório Focus. O documento, que reúne as estimativas de mercado para os principais indicadores macroeconômicos, aponta que a Selic deve terminar 2025 em 11% ao ano.
Ações do Assaí sobem forte
As ações do atacarejo Assaí (ASAi3) subiram mais de 6% na sessão. O movimento acontece após a Receita Federal ter cancelado um congelamento de ativos na casa de R$ 1,3 bilhão por conta de dívidas tributárias do seu antigo controlador, o Grupo Pão de Açúcar (GPA3).
O anúncio foi feito na sexta-feira (14), após o fechamento do mercado. O Assaí havia recorrido da decisão da Receita.
A reação positiva das ações repercute a visão otimista do mercado financeiro com a situação. Em linhas gerais, a decisão da Receita tira dúvidas de curto prazo do balanço de riscos da companhia e da possibilidade de que a companhia tenha que arcar com uma fatia dos R$ 13 bilhões de dívida que pertence ao GPA.
“Apesar do contrato entre Assaí e GPA estabelecer que cada uma seria responsável por suas próprias contingências do período pré-cisão, ambas as entidades se declaram responsáveis por elas. Portanto, se o GPA não pagar por suas próprias contingências pré-cisão, o Assaí terá que cobri-las, e vice-versa”, aponta o banco.
Panorama externo
Nos Estados Unidos, a temporada de balanços é o principal catalisador dos negócios, mas não tivemos grandes números a serem digeridos hoje. Após começar o dia sem uma definição clara de ritmo, Wall Street terminou o dia com os principais indicadores (NASDAQ, S&P 500 e DOW JONES) no positivo.
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Na China, o Ministério das Finanças anunciou que espera adotar uma série de medidas para estimular a economia, como a emissão de títulos de dívida, financiamento para governos locais e estabilização do mercado de trabalho. Por enquanto, não há números sobre os estímulos que serão adotados.