O Ibovespa fechou estável nesta terça-feira (15), com o desempenho favorável das ações de Itaú e WEG atenuando a pressão negativa dos papéis das blue chips Vale e Petrobras, que recuaram em linha com o movimento de queda nos preços do minério de ferro e do petróleo no exterior. O dólar à vista fechou em alta de 1,36%, cotado a R$ 5,6587 com o mercado local demonstrando ceticismo quanto à capacidade do governo de equilibrar as contas públicas
O índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,03%, a 131.043,27 pontos, tendo chegado a 130.199,82 pontos na mínima e a 131.456,51 pontos na máxima da sessão. O volume financeiro somou R$ 20,22 bilhões.
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Para a analista de renda variável Bruna Sene, da Rico, a expectativa pela temporada de balanços corporativos do terceiro trimestre no Brasil na próxima semana e o “bom humor” estendido da véspera com notícias sobre contenção de gastos pelo governo ajudaram o Ibovespa a ficar no azul.
Segundo o Itaú BBA, a temporada de resultados deve ser “levemente positiva”.
“Em comparação com o trimestre anterior, devemos ver uma aceleração no lucro líquido, mas um crescimento mais suave em receitas e Ebitda”, afirmaram analistas do Itaú BBA liderados por Daniel Gewehr.
O Ibovespa conseguiu se segurar no patamar dos 130 mil pontos, região considerada de suporte, mas há também quem veja o cenário como um “copo meio vazio”.
“Esses 130 mil pontos deveriam ser um suporte… mas quando a gente olha a máxima recente do Ibovespa, de 28 de agosto, só 15 ativos estão no positivo desde lá”, afirmou Enrico Cozzolino, sócio e head de análises da Levante Investimentos, referindo-se à variação acumulada das ações do Ibovespa desde o pico recorde do índice.
“Apesar de termos tido aquela notícia ontem sobre o governo estudar planos para reduzir gastos… não tivemos definições ou mudanças estruturantes do lado do cenário político local”, acrescentou.
Nos Estados Unidos, os índices acionários encerraram em queda, com o SPX 0,76% mais baixo, enquanto a temporada de resultados se desenrola na maior economia do mundo. No mercado de juros, o retorno do Treasury de 10 anos marcava 4,0356% no final da tarde, de 4,0730% na véspera.
Destaques do Ibovespa
– VALE (VALE3) recuou 1,23%, em linha com a queda nos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian, com o contrato de janeiro encerrando as negociações em baixa de 0,38%, a 791,5 iuaes ( US$ 111,26 ) a tonelada. A Vale reporta resultado de vendas e produção do terceiro trimestre nesta terça-feira após o fechamento do mercado.
– PETROBRAS (PETR4) perdeu 0,82% e PETROBRAS (PETR3) teve declínio de 1,14%, seguindo forte declínio nos preços do petróleo no mercado internacional, onde o barril do Brent encerrou com queda de 4,14%, a US$ 74,25 . No setor, PRIO ON perdeu 0,3%, BRAVA ENERGIA (BRAV3) recuou 0,46% e PETRORECÔNCAVO (RECV3) caiu 2,07%.
– WEG (WEGE3) avançou 2,71%, a 56,53 reais, na máxima histórica e respondendo pela maior contribuição de alta para o Ibovespa. A fabricante de motores elétricos publica resultado de terceiro trimestre em 30 de outubro.
– ITAÚ UNIBANCO (ITUB4) encerrou com alta de 1,15%, entre os principais suportes positivos para o índice, enquanto BRADESCO (BBDC4)subiu 0,87% e SANTANDER BRASIL (SANB11) teve acréscimo de 0,1%. Na outra ponta, BANCO DO BRASIL (BBAS3) caiu 0,19%.
– LWSA (LWSA3) subiu 4,22%, na segunda sessão consecutiva de alta, ainda embalada por mudanças na administração anunciadas na sexta-feira, incluindo a indicação de Rafael Chamas Alves, atual diretor financeiro do grupo, ao cargo de diretor presidente a partir de fevereiro de 2025.
– EMBRAER (EMBR3)caiu 1,17%, após subir quase 2% na sessão anterior. A subsidiária de aeronaves elétricas Eve assinou nesta terça-feira financiamento de 500 milhões de reais com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para desenvolver sua primeira unidade de produção de aeronaves elétricas de decolagem e pouso verticais (eVTOL), em Taubaté (SP).