O Ibovespa abriu em queda nesta quinta-feira (3), após duas sessões consecutivas de alta, conforme voltavam a pesar as preocupações com o cenário fiscal no Brasil, mesmo com o recente upgrade no rating soberano do país pela Moody’s e a nova valorização do petróleo no exterior.
Às 10h30, o principal índice da B3 caía 1,28%, aos 131.957,78 pontos. O contrato futuro do Ibovespa, com vencimento em 16 de outubro, recuava 1,3%. O dólar à vista subia 0,73%, cotado a R$ 5,4888 reais. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento avançava 0,49%, negociado a R$ 5,489.
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Na terça-feira, após o fechamento dos mercados, a Moody’s elevou a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, mantendo a perspectiva positiva e deixando o país a um degrau do chamado “grau de investimento”, classificação que indica um risco de calote mais baixo.
No entanto, analistas afirmam que o upgrade não foi suficiente para afastar as preocupações dos investidores locais sobre o equilíbrio das contas públicas. As atenções se voltavam para a divulgação de dados do Tesouro Nacional, na tentativa de obter mais clareza sobre a situação fiscal do governo.
Segundo o Tesouro, o governo central registrou um déficit primário de 22,404 bilhões de reais em agosto, contra um saldo negativo de 26,730 bilhões de reais no mesmo mês de 2022. O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado.
No cenário internacional, a tensão geopolítica no Oriente Médio segue elevada. Na terça-feira, o Irã lançou seu maior ataque até o momento contra Israel, com uma série de mísseis balísticos. Em resposta, EUA e Israel prometeram retaliação, aumentando os temores de uma escalada para um conflito regional mais amplo, o que gerou maior aversão ao risco nos mercados.
Nos Estados Unidos, dados macroeconômicos mostraram que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram para 225.000 na semana encerrada em 28 de setembro, ante 219.000 na semana anterior. Apesar de o número ser superior ao esperado — economistas consultados pela Reuters projetavam 220.000 pedidos — o resultado reforça a percepção de que o mercado de trabalho norte-americano está passando por um esfriamento moderado, o que apoia a expectativa de cortes graduais nas taxas de juros do Federal Reserve.
“No geral, vejo um ambiente mais propício para o fortalecimento do dólar, tanto pela maior aversão ao risco quanto pela possibilidade de um pouso suave da economia norte-americana”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
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Após a divulgação dos dados, operadores precificavam uma chance de 61% de um corte de 25 pontos-base na taxa do Fed, um cenário favorável para o dólar, depois de projeções anteriores indicarem uma possibilidade de afrouxamento mais agressivo.