Os gastos dos consumidores nos Estados Unidos (PCE, na sigla em inglês) subiram mais do que o esperado em setembro, impulsionando a economia para uma trajetória de crescimento mais acelerada nos últimos meses do ano.
Leia também
Representando mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, os gastos dos consumidores cresceram 0,5% no mês passado, após uma revisão de alta para 0,3% em agosto, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (31) pelo Departamento de Comércio. Economistas consultados pela Reuters previam um aumento de 0,4%, em comparação com os 0,2% relatados inicialmente para agosto.
O consumo subiu a uma taxa anualizada de 3,7%, o maior ritmo desde o primeiro trimestre de 2023, contribuindo para um crescimento econômico de 2,8% no trimestre.
Inflação
Já a inflação ficou em linha com o esperado pelos investidores. O índice de preços PCE subiu 0,2% em setembro, após um avanço não revisado de 0,1% em agosto, em linha com as previsões. Em 12 meses, o PCE aumentou 2,1%, o menor crescimento anual desde fevereiro de 2021, e inferior aos 2,3% de agosto. Excluindo alimentos e energia, o núcleo do PCE subiu 0,3% em setembro, em comparação aos 0,2% de agosto.
A inflação subjacente se manteve em 2,7% nos últimos 12 meses até setembro, permanecendo acima da meta de 2% do Federal Reserve. No mês passado, o Fed iniciou um ciclo de flexibilização com um corte expressivo de 0,5 ponto percentual na taxa de juros, a primeira redução desde 2020, situando a taxa básica entre 4,75% e 5,00%.
O aumento nos gastos é sustentado por um mercado de trabalho robusto e pelo crescimento do patrimônio das famílias, favorecido pelo aquecimento do mercado de ações e pela valorização dos imóveis. No entanto, há receio de que o crescimento esteja sendo sustentado majoritariamente por famílias de renda média e alta, que têm maior flexibilidade para ajustar seus hábitos de consumo.
O núcleo do PCE é um dos números mais importantes observados pelo Federal Reserve na definição de sua política monetária.
Para Andressa Durão, economista do ASA, tanto os dados de inflação quanto de atividade divulgados nesta semana sugerem que o Fed deve seguir com um ritmo de corte de 0,25 ponto percentual nos próximos encontros. Segundo a ferramenta FedWatch, da CME, 96% do mercado acredita no ritmo mais lento de corte na taxa de juros.
- Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
“O payroll e a taxa de desemprego amanhã, apesar de serem os principais drivers atualmente, perdem importância, pois a fraqueza estará muito ligada aos efeitos de furacão e greve. Por outro lado, se os dados ainda apontam para um mercado de trabalho forte, mesmo com esses eventos, a discussão no mercado sobre uma pausa do ciclo de cortes de juros por parte do Fed em dezembro ou janeiro esquentará”, explica.
Escolhas do editor