Sede do Santander em São Paulo: aumento da rentabilidadeO banco Santander Brasil (SANB11) iniciou a temporada de divulgação de resultados das instituições financeiras com um aumento de 34% no lucro líquido no terceiro trimestre de 2024 na comparação anual. O banco lucrou R$ 3,66 bilhões ante R$ 2,73 bilhões no mesmo período de 2023.
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Esse resultado melhorou a rentabilidade patrimonial. Segundo o banco, a rentabilidade patrimonial ajustada (ROAE) subiu para 17,0% no terceiro trimeste, alta de 3,9 pontos percentuais em relação aos 13,1% do mesmo período de 2023. A alta ante os 15,5% do segundo trimestre deste ano foi de 1,5 ponto percentual.
As receitas do banco foram de R$ 20,56 bilhões, incluindo juros e comissões, um aumento de 15,1% na comparação anual. As receitas de tarifas subiram 13,3% ante 2023, para R$ 5,33 bilhões.
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Mario Leão, CEO do banco, afirmou que o resultado não teve “extraordinários relevantes” e foi, em sua maior parte, recorrente. “Os números mostram solidez no portfólio e uma estratégia bem-sucedida de diversificação de atividades” disse ele.
Os resultados do terceiro trimestre mostram o cuidado com a alocação de capital. Segundo Leão, o banco está gradativamente reduzindo a ênfase em linhas de negócio menos rentáveis e migrando para aquelas onde há mais rentabilidade.
Um bom exemplo são os empréstimos para grandes empresas. “O mercado de capitais está bastante aberto para a renda fixa, então os prêmios pagos nos empréstimos não compensam, por isso o banco vem preferindo atuar como distribuidor de títulos das empresas”, disse ele. No 3T24 a preferência foi pelos empréstimos ao consumo, cuja carteira cresceu cerca de 20% a/a. “E a financeira deverá trazer 600 mil contas para o banco” diz ele.
Inadimplência
Segundo Leão, o Santander notou um aumento sutil da inadimplência já no fim do segundo trimestre. Ao comentar o fenômeno, o executivo afirmou que essa elevação no calote está mais concentrada nas empresas de pequeno e médio porte.
No caso da pessoa física, diz ele, a maioria dos empréstimos é contratada com taxas prefixadas. Assim, o custo para o tomador é pouco influenciado pelas oscilações na Selic. Já no caso das empresas, a maior parte dos créditos tem contratos que incluem Selic e um prêmio, que varia em função do risco e do porte do tomador. “O crescimento da economia vem melhorando os resultados das empresas”, diz Leão. “Porém, em alguns casos essa melhora é insuficiente para compensar o aumento do custo dos empréstimos, o que pode pressionar a inadimplência.”
Os números do Santander do 3T24 não mostram uma deterioração na qualidade do crédito. A inadimplência total subiu levemente para 3,6%, ante os 3,5% do trimestre anterior e abaixo dos 4,0% do mesmo período de 2023. Porém, Leão admite que o banco está mais preocupado com o assunto do que estava no início do ano. A inadimplência acima de 90 dias para pequenas e médias empresas subiu para 4,8%, ante 4,7% do trimestre anterior e dos 3,9% do mesmo período de 2023.
Rentabilidade patrimonial
A rentabilidade patrimonial anualizada (ROE) do banco cresceu para 17,0% ante 15,5% do trimestre anterior e 13,1% do mesmo período de 2023. Segundo Leão, a meta do banco é retornar a uma rentabilidade patrimonial de 20% “mas não a qualquer preço”, diz ele.
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O executivo afirmou que tem notado uma volatilidade recente no mercado. “Junho foi mais nervoso e isso seguiu durante o terceiro trimestre”, disse ele. “Foi uma deterioração marginal que não alterou nossa estratégia. Não olhamos para os 20% como um mantra; é um bom desafio, mas ainda há muitos objetivos no caminho.”
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