A notícia de que o Departamento de Justiça americano está pressionando para que o Google venda o Chrome e desmantele a sua presença no mercado de buscadores tem pesado sobre as ações da Alphabet, controladora da empresa.
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Ontem (21), as ações da companhia tombaram 5%, para cerca de US$ 166 (R$ 946). Esse foi o pior desempenho para a empresa em mais de 10 meses. Na época, a razão para a queda havia sido resultados abaixo do esperado para o quarto trimestre de 2023.
Nesta sexta-feira (22), as ações recuam cerca de 1%.
Apesar da reação negativa, parte do mercado acredita que o pedido dificilmente será concretizado. Ainda assim, a incerteza deve pressionar os papéis no curto prazo.
Entenda o problema
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) solicitou a um juiz federal, Amit Mehta, na última quarta-feira (20), que o Google vendesse seu navegador Chrome e fizesse mudanças na forma como o mecanismo de busca funciona no sistema operacional móvel Android.
O Chrome é o navegador mais usado no mundo e um pilar importante dos negócios do Google. Essa é uma das formas da empresa coletar dados de seus usuários para a venda de publicidade direcionada.
As propostas buscam interromper o monopólio do Google em pesquisa online e seriam implementadas ao longo de até uma década. Há também um pedido que impeça a companhia de reentrar o mercado de navegadores por pelo menos cinco anos
“O comportamento ilegal do Google privou os rivais não apenas de canais de distribuição essenciais, mas também de parceiros de distribuição que poderiam, de outra forma, permitir a entrada de concorrentes nesses mercados de maneiras novas e inovadoras”, disse o DOJ.
Em uma postagem de blog, o Google criticou as medidas propostas e acusou o DOJ de buscar uma ação intervencionista. A empresa argumentou que a proposta colocaria em risco a segurança e a privacidade de milhões de americanos.
No entanto, o Departamento ressalta que tal solução exigiria uma supervisão rigorosa e, caso o Google não implemente as mudanças corretamente, o tribunal deveria forçar a empresa a vender o Android.
Uma solução definitiva só deve ser anunciada em abril.
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