O dia começa com uma disparada do dólar em relação às moedas globais e com uma forte alta do bitcoin devido à vitória do candidato republicano Donald Trump na eleição presidencial americana, anunciada na manhã desta quarta-feira (6).
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Por volta das 7h30 (hora de Brasília), Trump havia obtido 277 delegados, mais do que os 270 necessários para ser eleito, o que lhe garantiu a vitória. O resultado não só mostrou uma vitória republicana maior que o previsto em diversos estados americanos, como também foi definido antes do esperado. Com um adicional: o partido republicano garantiu também a maioria no Senado americano.
A votação para a Câmara dos Deputados ainda não está definida e o resultado deve demorar mais. Mesmo assim, a apuração parcial indica uma vantagem republicana. Se confirmar a maioria em ambas as casas, Trump terá mais facilidade para aprovar suas políticas, o que já vem influenciando os mercados.
Reação dos mercados
A reação dos mercados foi imediata, pois não havia tanta certeza de sua vitória. Além disso, os investidores esperavam uma apuração mais demorada. Os primeiros movimentos de mercado foram uma alta significativa do dólar diante das demais moedas.
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O índice dólar em relação às moedas fortes (euro, libra esterlina, franco suíço) estava subindo 1,4% no início da manhã. A alta era mais significativa em relação às moedas emergentes. O dólar indicava uma valorização de 3% frente ao peso mexicano.
A expectativa é de uma forte apreciação do dólar em relação ao real. Segundo Flávio Conde, analista da Levante Investimentos, não se descarta a hipótese de a moeda americana chegar a R$ 5,90, ou mesmo romper o recorde nominal.
Isso decorre de uma expectativa de alta dos juros nos Estados Unidos. “As propostas de Trump incluem reduzir impostos para companhias abertas e lançar barreiras protecionistas, o que pressiona a inflação e os juros”, diz Conde.
Países emergentes
Os juros americanos dos títulos de longo prazo estão subindo 0,15 ponto percentual. As taxas dos títulos de dez anos estão em 4,44%, ante o fechamento de 4,29% da véspera. “É uma alta significativa”.
Segundo Daniel Cunha, estrategista-chefe da corretora BGC Liquidez, a agenda “claramente nacionalista e isolacionista” de Trump é extremamente favorável ao dólar e às ações americanas, que deverão se beneficiar de novas rodadas de estímulos tributários e afrouxamento fiscal.
Isso é ruim para o Brasil. “Esse cenário eleva a percepção de risco e cria vulnerabilidades adicionais aos mercados emergentes”, diz Cunha. A depreciação das moedas em relação ao dólar fragiliza seus equilíbrios econômicos e obriga os países a pagar mais juros por seus títulos, desequilibrando as contas públicas.
(mais informações a seguir)