O fim das eleições americanas trouxe uma notícia que, para muitos, pode ser considerada inusitada. A maioria dos políticos acaba os períodos eleitorais sem dinheiro e pesadamente endividados. Donald Trump ficou bilhões mais rico nos dias seguintes ao fim do pleito.
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A fortuna do presidente eleito, no entanto, sofreu com o efeito montanha-russa dos preços das ações de suas empresas. Apesar de nesta sexta-feira (08), o avanço da sua fortuna ter sido de cerca de 15%, ou US$ 423 milhões (R$ 2,4 bilhões, montante parecido com os seus ganhos logo após a eleição), o avanço na sua fortuna foi de “apenas” 5% durante a semana.
A facilidade em contabilizar o efeito da vitória deve-se às características do patrimônios de Trump é construído. Além de hotéis, licenciamentos de imagem e clubes de golfe, o novo presidente americano também é dono de 57,3% da Trump Media, empresa-mãe de sua rede social Truth Social e que possui ações listadas em bolsa.
Ao longo de toda a campanha eleitoral, as ações da companhia se moveram de forma semelhante às probabilidades de vitória de Trump no mercado de apostas.
Hoje, a Trump Media possui um valor de mercado muito superior à receita gerada pela sua operação. Isso acontece porque os apoiadores de Trump veem nas ações uma forma de investirem diretamente em seu candidato favorito.
Apesar do valor de mercado de quase US$ 10 bilhões (R$ 56 bilhões) na bolsa, a empresa gerou apenas US$ 1,6 milhão (R$ 9,12 milhões) em receita nos últimos seis meses.
Como surgiu a Trump Media?
Enquanto Trump estava isolado após a sua derrota na eleição de 2020, a ideia de criar uma rede social própria foi apresentada a ele por dois ex-participantes de seu reality show O Aprendiz.
Eles arrecadaram cerca de US$ 6 milhões (R$ 33 milhões) e voltaram a apresentar a ideia para Trump em seu condomínio em Mar-a-Lago. Um dos convidados, Patrick Orlando, ofereceu quase US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhões) que havia acumulado em uma empresa de aquisição de propósito específico (special purpose acquisition company, ou SPAC).
Trump e Orlando assinaram documentos para definir um acordo de SPAC que fundiria o montante de dinheiro público de Orlando com a empresa privada de Trump, preparando o Trump Media & Technology Group para abrir capital, mesmo sem ter uma empresa operacional.
A fusão fez as ações disparassem no dia seguinte, saltando de US$ 10 (R$ 55) para US$ 175 (R$ 962), sugerindo uma avaliação pós-fusão de cerca de US$ 30 bilhões (R$ 165 bilhões). Orlando começou a trabalhar para levantar mais US$ 1 bilhão (R$ 5,5 bilhões) de investidores institucionais.
Com a Trump Media, Trump chegou a ter a sua maior fortuna já registrada, acima dos US$ 8 bilhões. Apesar das conversas sobre a supervalorização da companhia, Trump afirma que não venderá as suas ações.
Trump atualmente também tem cerca de US$ 413 milhões (R$ 2,2 bilhões) em ativos líquidos em seu balanço patrimonial depois de vender um hotel em Washington, D.C., e um campo de golfe em Nova York.
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