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Cenários
Chegou finalmente o dia de os americanos irem às urnas. O pleito promete ser o mais indefinido em décadas, pois não há um favorito definido. Ou seja, é impossível prever quem vai suceder o presidente Joseph Biden, se Kamala Harris ou Donald Trump.
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Devido às peculiaridades do sistema eleitoral americano, a apuração poderá levar alguns dias. Ou seja, não é improvável que o resultado só seja conhecido no fim desta semana. Até lá, a indefinição deverá deixar o mercado em suspenso.
Perspectivas
O que pode ocorrer após a eleição? Em um primeiro momento, dependendo do resultado, a variável brasileira mais afetada seria a taxa de câmbio. O Federal Reserve (FED), o banco central americano, vem mantendo as taxas em um patamar bastante elevado para conter a inflação.
Na reunião mais recente, o Federal Open Market Committee (Fomc), o equivalente americano do Copom, reduziu os juros referenciais em 0,5 ponto percentual, para a faixa entre 4,75% e 5,00% ao ano.
Na próxima reunião, agendada para a quarta e a quinta-feiras desta semana (o encontro foi adiado em um dia devido à eleição) a expectativa quase unânime dos mercados é de mais um corte de juros de 0,25 ponto percentual, seguido de uma redução da mesma magnitude no encontro de dezembro, o último do ano.
Entre 2023 e 2024, o FED manteve os juros americanos no patamar mais elevado desde 2001. Porém, com a queda da inflação e a desaceleração do crescimento econômico, os juros começaram a cair. E as expectativas do mercado são de que essa queda se estenda pelo menos durante o primeiro semestre de 2025.
O banco central americano é independente e seu presidente tem mandato fixo, deliberadamente não-coincidente com os mandatos presidenciais. Por isso, o nome do ocupante da Casa Branca não tem uma influência direta sobre a política monetária.
Apesar disso, as propostas de Trump são de redução de impostos e de imposição de tarifas, o que pode tanto desequilibrar as contas públicas quanto aumentar os custos da economia. São políticas que podem elevar a inflação, provocando um repique nos juros americanos e depreciando o real em relação ao dólar.
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