Nesta terça-feira (2), as expectativas dos investidores em renda fixa no Brasil ganharam novos fundamentos. O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou, em um evento da XP, que o cenário atual da economia brasileira aponta para a manutenção dos juros altos.
Segundo Galípolo, a permanência da Selic em patamar elevado seria reflexo de uma depreciação do real frente ao dólar e de uma maior dinamização da economia brasileira. Ele está previsto para assumir o BC em 2025.
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Na mesma linha, o Relatório Focus, divulgado após o anúncio do pacote fiscal na quarta-feira (27) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou essa perspectiva. O documento apontou uma projeção de alta de 0,5% na taxa Selic.
A expectativa é de que, em dezembro de 2025, a Selic atinja 12,63%. Uma piora das contas públicas também foi projetada, com aumento do déficit nominal (que inclui juros), podendo alcançar 8,09% do PIB.
O Purchasing Managers’ Index (PMI), indicador que mede o desempenho dos setores de serviços e indústria, refletiu o dinamismo do mercado interno citado por Galípolo. Em novembro, o índice recuou para 52,3, ante 52,9 em outubro, mas manteve-se acima de 50, sinalizando crescimento. Este foi o 11º mês consecutivo de alta no mercado interno, enquanto os pedidos de exportação apresentaram contração.
No mercado financeiro, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 6,0685, com alta de 1,13%. Já o Ibovespa teve queda de 0,34%, encerrando aos 125.235,54 pontos.