A queda do bitcoin continuou nesta segunda-feira, enquanto a maior criptomoeda do mundo se afasta ainda mais do recorde alcançado na semana passada, apesar de 2024 continuar sendo um ano marcante para os investidores.
O bitcoin caiu 2%, para pouco menos de US$ 93.000 (R$ 567.300), até as 21h no horário de Greenwich (ou 16h no horário de Nova York). Movimentações de preço dessa criptomoeda, negociada continuamente, geralmente são referenciadas no horário de Greenwich.
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O ativo digital caminha para registrar seu menor preço de fechamento diário desde 27 de novembro.
O bitcoin já acumula uma queda de 14% em relação ao recorde de mais de US$ 108.000 (R$ 658.800) alcançado na última terça-feira, entrando em território de correção pela primeira vez em quatro meses.
As ações de empresas de criptomoedas listadas em bolsa também enfrentaram dificuldades nesta segunda-feira: a gigante MicroStrategy, conhecida por deter grandes quantidades de bitcoin, caiu 9%; a corretora de criptomoedas Coinbase recuou 4%; e a mineradora de bitcoin mais valiosa, Marathon Digital, teve uma baixa de 4%.
Todas essas ações já acumulam perdas de pelo menos 20% em relação aos picos registrados no início do mês.
Número impressionante
US$ 500 bilhões (R$ 3,05 trilhões). Esse é o valor que o mercado de criptomoedas perdeu em capitalização total desde o recorde de US$ 3,9 trilhões (R$ 23,79 trilhões) registrado na última segunda-feira, de acordo com a CoinGecko. O bitcoin representa cerca de 56% do mercado total de criptomoedas, com uma capitalização de US$ 1,9 trilhão (R$ 11,59 trilhões).
Por que o bitcoin está caindo?
A recente liquidação coincide com perdas em outros ativos financeiros considerados de maior risco, como ações. O índice S&P 500 caiu 2% na última semana. O catalisador das quedas foi a reunião do Federal Reserve na última quarta-feira, na qual o banco central dos Estados Unidos expressou preocupações crescentes com a inflação persistente e projetou cortes menores nas taxas de juros para 2025 do que o esperado anteriormente.
Essa perspectiva é desfavorável para ativos mais arriscados, como as criptomoedas, já que investidores tendem a preferir títulos públicos de baixo risco e alto retorno quando as taxas de juros estão mais altas. “A flexibilização monetária quase sempre favoreceu o preço do bitcoin, e o oposto tem um impacto negativo”, explicou Yuya Hasegawa, analista de mercado de criptomoedas da exchange japonesa bitbank, em comentários enviados por e-mail na segunda-feira.
Contraponto
Correções expressivas também são bastante comuns no mercado de bitcoin. A criptomoeda enfrentou uma queda superior a 20% neste verão e mais de 70% entre 2021 e 2022 antes de atingir o recorde atual neste mês. Apesar da recente retração, o bitcoin ainda acumula um ganho massivo em 2024, com alta de 120% no acumulado do ano e 36% desde as eleições, que trouxeram de volta o defensor das criptomoedas Donald Trump para Washington.
Outros ativos que também dispararam recentemente estão passando por um ajuste, incluindo as ações da Tesla, que caíram 12% em relação ao recorde da semana passada, mas ainda estão mais de 70% acima dos níveis registrados antes das eleições.