Depois do leilão já programado não gerar o impacto desejado no câmbio, o Banco Central vendeu US$ 2,015 bilhões (R$ 12 bilhões) em um novo leilão à vista realizado no início da tarde desta terça-feira (17), praticamente ao mesmo tempo em que a divisa norte-americana ultrapassava o patamar histórico de R$ 6,20.
O BC não informou até o momento o motivo para a realização da operações e, ao contrários dos leilões diários para suprir a demanda de fim de ano, essa parece ter sido uma intervenção extraordinária. As operações ocorreram em meio à crescente deterioração do real, com o dólar fechando a maior parte das sessões de dezembro acima de R$ 6 devido aos temores do mercado com o cenário fiscal.
No leilão, o BC aceitou 22 propostas a uma taxa de R$ 6,15 por dólar, entre às 12h17 e 12h22.
Uma das razões para a forte alta do dólar nesta terça-feira é a leitura de que o Comitê de Política Monetária (Copom) começa a perder o poder de ancorar as expectativas de inflação e o câmbio apenas com a condução da política monetária. Mais cedo, a ata da última reunião do Copom mostrou um colegiado preocupado com um cenário “adverso”.
Outras tentativas
Mais cedo, a autarquia vendeu US$ 1,272 bilhão (R$ 7,39 bilhões) à vista em outro leilão realizado durante a manhã, no que está sendo a quarta sessão consecutiva de intervenção no mercado de câmbio.
Desde quinta-feira, as vendas em leilões extraordinários do BC, incluindo de dólares à vista e de linha (com compromisso de recompra), já somam mais de US$ 12,75 bilhões (R$ 78,51 bilhões).
A sessão de quinta teve dois leilões de linha, com uma venda total de US$ 4 bilhões (R$ 24 bilhões), enquanto o pregão de sexta incluiu uma venda de US$ 845 milhões à vista (R$ 5,2 bilhões). Na segunda-feira, foram mais US$ 3 bilhões (R$ 18,47 bilhões) em um novo leilão de linha e US$ 1,627 bilhão (R$ 10,02 bilhões) à vista.
Após o leilão desta tarde, às 13h03, o dólar à vista desacelerava sua alta e subia 1,24%, a R$ 6,1675 na venda, tendo anteriormente atingido a máxima do dia a R$ 6,2092 (+1,92%).