O mercado financeiro elevou pela décima primeira vez seguida suas projeções para a inflação ao final de 2025, ao mesmo tempo em que também aumentou as expectativas para a taxa básica de juros ao final de 2026, de acordo com a última edição de 2024 do relatório Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira (30).
Segundo o levantamento realizado pelo BC junto a uma centena de economistas, a previsão para o IPCA ao final do ano que vem agora é de 4,96% ao ano, ante 4,84% na semana anterior, mantendo-se acima do teto da meta, que é de 4,5%. Foi a décima primeira vez seguida que os economistas consultados pela autoridade monetária elevaram suas projeções para a alta dos preços no ano que vem.
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Ainda para 2025, os economistas também elevaram a estimativa para o dólar, agora em R$ 5,96, ante R$ 5,90 na semana anterior, na nona semana seguida em que elevaram a previsão de fechamento da divisa norte-americana para 2025. Os economistas ainda mantiveram a estimativa para a Selic ao final do ano que vem, em 14,75%, e reduziram marginalmente a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), agora em 2,01%, ante 2,02%.
Para 2026, a pesquisa mostrou que, pela quinta semana seguida, os economistas elevaram a projeção para a Selic, agora em 12%, ante 11,75% na semana anterior. Também foram elevadas as estimativas para o dólar — pela sétima semana seguida, agora em R$ 5,90 ante R$ 5,84 — e para inflação, atualmente em 4,01%, contra 4% uma semana atrás. Em relação ao crescimento da economia, a pesquisa apontou ligeira redução na previsão, atualmente em 1,8%, ante 1,9%
Com relação ao ano que termina na terça-feira, o mercado elevou pela quarta semana seguida a estimativa para o dólar, prevendo-o em R$ 6,05 ante R$ 6 na semana anterior, manteve sua expectativa para o crescimento do PIB neste ano em 3,49% e reduziu marginalmente a projeção para o IPCA, colocando-a em 4,9%, ante 4,91%, confirmando a expectativa de que a inflação supere o teto da meta.
O dólar fechou a sexta-feira, penúltimo pregão de 2024, vendido a R$ 6,1926 em meio à contínua desconfiança do mercado na política fiscal do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Neste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, elevou a Selic em 1 ponto percentual e surpreendeu o mercado ao prever mais duas altas da mesma magnitude para janeiro e março, após citar risco de piora da dinâmica inflacionária a partir do anúncio de medidas fiscais do governo.