Na primeira reunião com o Banco Central (BC) sob a direção de Gabriel Galípolo e confirmando as expectativas do mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa referencial Selic em 1 ponto percentual (p.p.) para 13,25% ao ano na primeira reunião de 2025.
Também confirmando as expectativas, o Comitê confirmou nova alta na reunião agendada para março. Com isso, o Copom seguiu a antecipação (“guidance”) estabelecida na última reunião de 2024, quando o BC ainda estava sob o comando de Roberto Campos Neto.
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O Comunicado divulgado após a reunião foi mais sintético que o do encontro de dezembro e não trouxe grandes alterações. O Copom manteve sua projeção de inflação para 2026 em 4,0%. O texto afirmou que “persiste uma assimetria altista no balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação”. Manteve as causas “(i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado” e “(ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo”.
Porém, o Comunicado inseriu a expressão “maior do que o esperado” na causa iii, que ficou com a seguinte redação: “(iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada”.
Cenário preocupante
No contexto doméstico, a avaliação foi preocupante: os riscos inflacionários continuam elevados, e as projeções acima da meta foram determinantes para a decisão, avalia Cristiane Quartaroli economista chefe do Ouribank. Segundo Quartaroli, o Comunicado foi firme. “O Comitê reforçou que seguirá monitorando os indicadores mais sensíveis e tomará as medidas necessárias para conter a inflação”, disse ela.
O cenário internacional também não está ajudando, avalia Enrico Cozzolino, sócio e head de análise da Levante Investimentos. “Os riscos externos que o Copom reforça relativos à atividade econômica dos Estados Unidos as próximas decisões de quando e se o banco central americano cortará juros em virtude da dinâmica do mercado de trabalho nos Estados Unidos”, diz ele