Na quarta-feira (22), Jamie Dimon, head do JP Morgan, elogiou Elon Musk, CEO da Tesla e figura-chave do segundo mandato de Donald Trump. “O cara é nosso Einstein”, disse Dimon em entrevista à CNBC no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Na fala, o líder do banco ressaltou as contribuições de Musk por meio de empresas como Tesla, SpaceX e Neuralink.
Ainda de acordo com ele, as diferenças foram resolvidas. A declaração dá fim a uma rivalidade de longa data entre os bilionários, originada de uma briga legal entre o JP Morgan e a Tesla, em 2021. Na época, a instituição financeira processou a fabricante de carros por US$ 162 milhões (R$ 962,88 milhões), mas ambos os lados retiraram suas ações em novembro de 2023.
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No decorrer da entrevista, Dimon também expressou seu desejo de “ser útil para Elon Musk e suas empresas tanto quanto pudermos”. Com isso, ele se torna o mais recente magnata a se mostrar receptivo ao bilionário da Tesla ou Trump.
Relembre o caso
Em novembro do ano passado, o banco americano anunciou que desistiu do processo contra a Tesla. O banco argumentava que não recebeu os warrants de ações da Tesla aos quais acreditava ter direito após o famoso tweet de Musk em 2018, no qual ele afirmava que a Tesla havia garantido financiamento para se tornar uma empresa privada. A fabricante também retirou sua contraprova em 2024. Musk testemunhou em um tribunal de Delaware em 2023, afirmando que “a Tesla tem uma relação muito negativa com o JP Morgan” e que a instituição financeira “odeia muito” sua empresa e ele mesmo. De acordo com o Wall Street Journal, Musk xingou um executivo do JP Morgan quando o banco se recusou a financiar contratos de empréstimos para os carros da Tesla.
Dimon segue outros bilionários que anteriormente eram adversários e que aparentemente estão fazendo as pazes com Elon Musk ou Trump, já que o dono do X desempenha um papel fundamental no segundo mandato presidencial do republicano. O líder do JP Morgan não esteve presente na posse de Trump, embora tenha falado forma simpática sobre ele, ao abordar eleitores insatisfeitos com “questões legítimas” como “governo ineficaz” e imigração.
Ausência
Em contrapartida, vários outros bilionários, que estavam em desacordo com os figurões do novo governo, estiveram. Entre eles estão o fundador da Amazon, Jeff Bezos o cofundador do Google, Sergey Brin, e o cofundador do Facebook, Mark Zuckerberg. As rivalidades eram profundas. A Amazon acusou Trump de tratar Bezos como “seu inimigo político percebido” em um processo de 2019. O bilionário fez as pazes publicamente com Elon Musk na semana passada, dois meses depois de refutar as alegações do CEO da Tesla de que achava que Trump perderia na última eleição e venderia ações da Tesla em consequência.
Bezos e Musk trocaram cumprimentos sobre seus lançamentos espaciais rivais, e Musk compartilhou um meme referindo-se aos dois centibilionários se tornando “melhores amigos”. Brin chamou a eleição de Trump em 2016 de “profundamente ofensiva”. Já em relação a Zuckerberg, o republicano o ameaçou de prisão perpétua.
O CEO da Tesla é de longe a pessoa mais rica do planeta, com um patrimônio líquido de US$ 433 bilhões (R$ 2,57 trilhões) no fechamento do mercado de terça-feira (21), de acordo com nossas últimas estimativas. A maior parte de sua fortuna vem de suas participações na SpaceX e na Tesla. Dimon é a 1.237ª pessoa mais rica do mundo, com um patrimônio de US$ 2,7 bilhões (R$ 16,02 bilhões), principalmente proveniente de sua participação de US$ 2 bilhões (R$ 11,88 bilhões) no JP Morgan.