
Um levantamento da KPMG identificou que 1.582 fusões e aquisições de empresas aconteceram no Brasil em 2024. O número é 5% maior que o registrado em 2023, de 1.505 transações. No topo dessas operações estão as realizadas entre empresas brasileiras (981). Na sequência, estão as de capital estrangeiro adquirindo empresas brasileiras. A pesquisa da KPMG foi realizada em 43 setores da economia.
Para Gustavo Vilela, sócio-líder de Fusões e Aquisições da KPMG no Brasil, “após dois anos consecutivos de queda nessas transações, os números revelam que as empresas estão mais ativas nessas operações”. Embora a quantidade de transações de fusões e aquisições em 2024 sejam superiores aos registrados em 2020 e antes deste ano, Vilela avalia que é difícil ter alguma projeção de como será o desempenho em 2025.
Por aqui, no final de janeiro, Abra (dona da gol) e Azul anunciaram acordo para uma possível fusão. O processo está em andamento. No Japão, a possível fusão das montadoras Nissan e Honda chamou a atenção do mundo, já que poderiam se tornar o quarto maior grupo do setor em vendas. No entanto, a proposta da Honda de tornar a Nissan em sua subsidiária minou a negociação. Em contrapartida, Bunge e Viterra consolidaram a sua fusão no Canadá, cujo valor foi de 34 milhões.
Aliás, os grupos estrangeiros foram responsáveis por 601 operações de fusões e aquisições de aquisições e fusões, chegando a 259 em 2024, cerca de 43% do total. Canadá (35) e Reino Unido (33) estão na sequência. Na avaliação de Paulo Guilherme Coimbra, sócio da área de fusões e aquisições da KPMG no Brasil, o registro indica uma tendência de crescimento, mas que poderia ser ainda maior se o segundo semestre fosse mais estável.
“Durante este período, as taxas de juros subiram e surgiram diversas incertezas políticas e fiscais”, pontua Coimbra. Apesar do cenário, o último trimestre de 2024 concentrou 386 transações, uma alta de 6,3% comparada a 2023.