
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta terça-feira (25) que a prévia da inflação (IPCA-15) foi de 1,23% em fevereiro. O número ficou 1,12 ponto percentual acima do mês anterior, quando o indicador foi de 0,11%.
Com a aceleração deste mês, o IPCA-15 acumula alta de 4,96% nos últimos 1 meses. No ano, o avanço é de 1,34%.
A aceleração veio abaixo do projetado pelo mercado, que esperava uma alta de 1,37%, vindo mais próximo do piso das estimativas, que era de 1,20%. Os principais responsáveis para a alta foram os fortes reajustes no setor educacional (devido ao período de volta às aulas) e o fim do bônus de Itaipu, pressionando a conta de energia elétrica.
Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, apesar do número abaixo do consenso, a qualidade do IPCA segue ruim, com as médias subjacentes de serviços e outros núcleos operando em níveis bastante elevados, “demonstrando a continuidade de uma situação inflacionária desafiadora”.
“Mais do que isso, todas as métricas de serviços seguiram mostrando piora na ponta, elevando o desafio para o Copom”, aponta. Para a próxima reunião, há mais uma elevação de 1 ponto percentual contratada, mas o mercado acredita que o ciclo de alta da Selic deve seguir para além do inicialmente previsto e sinalizado pelo Banco Central.
Para Leonardo Costa, economista do ASA, as expectativas do mercado devem levar o Focus a revisar para baixo a inflação no curto prazo nas próximas semanas, mas sem impacto para as projeções para os anos seguintes. As projeções na pesquisa Focus para a inflação subiram 19 semanas seguidas e, para 2025, se encontram em 5,66%. Para 2026, o projetado é 4,36%, contra 4% e 3,79% em 2027 e 2028.
“Para política monetária, o núcleo de serviços ainda indica resistência em patamar elevado, com inflação elevada em aluguel e alimentação fora do domicílio”, conclui.