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O crescimento de empresas e bancos deve ser menor em 2025, comparado ao ano passado. É o que aponta um relatório da Moody’s Ratings publicado nesta quinta-feira (6). Para a empresa, a política monetária do Brasil deve pressionar o fluxo de caixa e reduzir a rentabilidade das companhias. Na quarta-feira passada (29), o Banco Central (BC) elevou a taxa de juros em 1 ponto percentual (p.p.) e projetou novo aumento, de mesmo valor para março. Embora tenha deixado em aberto o que deve acontecer a partir de maio, a última ata da autarquia indica preocupação com alta do dólar, desequilíbrio fiscal e possível desancoragem de investimentos.
A agência de rating avalia que diante do cenário, muitas empresas não conseguirão cumprir suas obrigações financeiras e dá como exemplo companhias de risco elevado, como a Azul, Usina Coruripe Açúcar e Álcool, além da Oceânica Engenharia e Consultoria, por conta dos seus índices negativos. A pressão no câmbio deve afetar principalmente setores que dependem do real forte para obterem fluxo de caixa. Em contrapartida, o documento indica que exportadores e empresas de commodities tendem a se beneficiar com a possível desvalorização do real.
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Outro ponto destacado pela Moody’s é que diante de um cenário desfavorável, a demanda por crédito deve cair e afetar especialmente bancos que têm como principal receita o empréstimo consignado para aposentados e pensionistas, caso do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, BRB-Banco de Brasília, Banco BMG, Banco Agibank, Banco do Estado de Sergipe, Banco Mercantil e C6 Bank.
O motivo é o crescimento do endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro, passando dos 48%, o que favorece a inadimplência. Soma-se a isso, a queda da confiança do consumidor, indicativo de redução no consumo doméstico. Em janeiro, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), saiu de 91,3 pontos em dezembro do ano passado para 86,2 pontos. Se somar esta queda com a registrada no último mês de 2024, em dois meses o ICC caiu 8,2 pontos.
Por outro lado, o relatório ressalva que, as margens líquidas de juros são afetadas de diferentes maneiras diante do aumento da Selic. Essa influência varia conforme a carteira de empréstimo e a capacidade de reajuste do crédito. Além disso, é previsto que a alta liquidez do mercado de capitais consiga contrabalancear os riscos e manter a maioria dos pagamentos em dia.