
A bolsa de valores brasileira, B3, lançou nesta segunda-feira (10) um novo índice de renda fixa, o Índice de Debêntures Ultra Qualidade IPCA B3 (IDEB Ultra IPCA B3). Esse é o segundo indicador de renda fixa lançado pela B3 em 2025.
A novidade tem como objetivo fornecer um referencial que representa o desempenho médio dos preços das debêntures incentivadas com remuneração composta pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mais spread.
As debêntures incentivadas são títulos de dívida que geram um direito de crédito ao investidor e são emitidas por empresas para financiar projetos de infraestrutura dos setores de iluminação, mobilidade urbana e saneamento básico.
Uma das vantagens é que, nessa modalidade, os investidores contam com isenção ou redução de Imposto de Renda sobre os lucros obtidos conforme a Lei 12.431/2011. Já as debêntures comuns possuem a cobrança de Imposto de Renda regressivo.
Normas da carteira
A carteira do índice inclui apenas debêntures que a bolsa aceita como garantia em operações, o que significa que são de qualidade superior à maioria. Por esse motivo, o nome do indicador é Índice de Debêntures Ultra Qualidade IPCA B3 (IDEB Ultra IPCA B3).
Segundo Ricardo Cavalheiro, superintendente de Índices da B3, a meta é viabilizar o desenvolvimento de índices de renda fixa que poderão ser utilizados na criação de novos produtos para os investidores. “Estamos atentos às oportunidades no segmento e também às demandas dos clientes para a ampliação de portfólio”, afirma o executivo.
Inicialmente, a carteira será composta por 20 ativos, de 13 emissores. As debêntures selecionadas para compor o índice devem cumprir os seguintes quesitos, na data de rebalanceamento:
- Preferencialmente, fazer parte do universo de ativos elegíveis como depósito em garantia nas operações, ratificado pelo time de riscos da B3;
- Ter remuneração composta por IPCA + Spread;
- Sejam incentivadas e apresentem benefícios fiscais aos investidores;
- Estejam em consonância ao cumprimento da agenda de eventos financeiros;
- Apresentem prazo de vencimento superior a um mês na data de rebalanceamento, de tal forma que o vencimento do ativo não aconteça durante o período de vigência da carteira teórica.
O novo indicador é de Retorno Total, ou seja, o indicador considera não apenas a valorização dos ativos que compõem sua carteira, mas também os rendimentos gerados ao longo do tempo, como juros e amortizações.
Essa carteira teórica é de prazo médio superior a 720 dias corridos e com rebalanceamento mensal, para refletir eventuais mudanças ocorridas. Os títulos também serão ponderados pelo valor de mercado, levando em consideração as quantidades das debêntures ao longo da vigência do título.