
A inflação da zona do euro foi menor no mês passado do que o estimado inicialmente, principalmente devido a uma revisão na Alemanha, informou o Eurostat nesta quarta-feira (19), reduzindo as preocupações de que as pressões dos preços poderiam impedir novos cortes na taxa de juros pelo Banco Central Europeu.
A inflação nos 20 países que compartilham o euro foi de 2,3% em fevereiro na base anual, abaixo dos 2,4% informados inicialmente e em linha com as estimativas anteriores dos economistas, de acordo com o Eurostat.
Entretanto, o núcleo da inflação, que exclui os custos voláteis de alimentos e energia e é observado de perto pelas autoridades do BCE, permaneceu inalterado em 2,6%, mesmo que a taxa mensal tenha sido reduzida de uma alta de 0,6% para um ganho de 0,5%.
A revisão, embora significativa, não deve alterar muito as expectativas para a reunião de política monetária do BCE em abril.
Membros do BCE têm dito que a incerteza no momento é extremamente alta e que, portanto, não será tomada uma decisão até que se colete o máximo de dados possível.
O BCE também precisa levar em consideração as tensões comerciais, o provável aumento nos gastos orçamentários dos países europeus, um ônus maior no financiamento da defesa da Ucrânia e a queda nos custos de energia.
Os mercados agora veem uma chance de 50% a 60% de um corte de juros em abril, mas já precificaram totalmente uma redução até junho. Eles também preveem outro corte antes do final do ano, o que levaria a taxa de depósito do BCE para 2%.
O BCE agora vê a inflação oscilando em torno do nível atual durante o resto do ano, antes de desacelerar para sua meta de 2% no primeiro trimestre de 2026.