
O vice-premiê da China, He Lifeng, expressou “preocupações solenes” sobre as tarifas e as taxas “recíprocas” planejadas pelos Estados Unidos em uma chamada de vídeo com o representante comercial americano, Jamieson Greer, nesta quarta-feira (26), informou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
Os dois tiveram uma troca de opiniões “franca e profunda” sobre as principais questões econômicas e comerciais, e concordaram em manter a comunicação, disse a Xinhua. A conversa ocorreu no momento em que o presidente dos EUA, Donald Trump, se prepara para impor tarifas recíprocas na próxima semana, potencialmente implementando mais taxas sobre os produtos chineses.
Trump já impôs tarifas de 20% sobre todas as importações vindas da China, desde que assumiu o cargo em janeiro, acusando Pequim de não fazer o suficiente para conter a saída de precursores químicos usados para produzir fentanil. A China retaliou a medida ao impor tarifas específicas de até 15% sobre alguns produtos dos EUA, desde petróleo e gás natural liquefeito até produtos agrícolas.
As medidas retaliatórias aumentaram as tensões entre as duas grandes potências, que já atingiram níveis historicamente baixos nos últimos anos devido a questões que vão desde restrições comerciais e tecnológicas até Taiwan.
Novas restrições
Na terça-feira (25), os Estados Unidos adicionaram seis subsidiárias do grupo Inspur, importante provedor de serviços de computação em nuvem e big data da China, e dezenas de outras entidades chinesas à sua lista de restrições de exportação na terça-feira.
As unidades do Inspur foram listadas por contribuírem para o desenvolvimento de supercomputadores para os militares chineses, informou o Departamento de Comércio em uma postagem. Cinco das subsidiárias estão sediadas na China e uma em Taiwan. O próprio grupo Inspur foi incluído na lista em 2023. No total, 80 empresas foram adicionados à lista de controle de exportação na terça. Mais de 50 estão sediadas na China. Outras estão em Taiwan, Irã, Paquistão, África do Sul e Emirados Árabes Unidos.
As listas têm como objetivo restringir a capacidade da China de desenvolver recursos de computação de alto desempenho, tecnologias quânticas e IA avançada, além de impedir o desenvolvimento de seu programa de armas hipersônicas.