
O Fundo Monetário Internacional reduziu as projeções de crescimento do Brasil para 2,0% em 2025 e também em 2026, de acordo com novas estimativas divulgadas nesta terça-feira (22).
Em seu relatório Perspectiva Econômica Global, o FMI cortou a previsão de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) em 0,2 ponto percentual para ambos os anos em comparação com estimativas divulgadas em janeiro.
As estimativas do FMI estão mais pessimistas do que as do governo, depois que o Ministério da Fazenda projetou em março que o Brasil crescerá 2,3% neste ano e 2,5% em 2026. Já o Banco Central passou a ver que o PIB crescerá 1,9% este ano
O IBGE divulgará os dados do PIB do primeiro trimestre deste ano em 30 de maio. Em 2024, a economia brasileira expandiu 3,4 segundo os dados do instituto.
Analistas avaliam que uma produção agrícola forte dará sustentação à economia neste início de ano, mas que ela passará a mostrar desaceleração gradual em meio a uma inflação ainda elevada e uma política monetária restritiva que afeta o crédito.
Em relação à inflação, o FMI calcula que o aumento dos preços no Brasil ficará em uma taxa média anual de 5,3% este ano e de 4,3% no próximo. A meta oficial de inflação é de 3% em 12 meses com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
O FMI citou em seu relatório as medidas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as contramedidas de diversos países como um “importante choque negativo ao crescimento”. O Brasil recebeu a tarifa padrão norte-americana de 10%.
O Fundo explicou que, “dada a complexidade e fluidez do atual momento, esse relatório apresenta uma ‘projeção de referência’ com base em informações disponíveis até 4 de abril de 2025 (incluindo as tarifas de 2 de abril e respostas iniciais)”.
O resultado previsto para a economia do Brasil este ano fica em linha com a projeção do FMI para a América Latina e Caribe, após redução de 0,5 ponto percentual na conta para a região em relação a janeiro. Para 2026, o Fundo reduziu a estimativa de crescimento em 0,3 ponto, a 2,4%.
Segundo o FMI, as revisões para a América Latina e Caribe se devem principalmente a uma redução significativa na projeção para o crescimento do México, de 1,7 ponto percentual para 2025, para uma retração de 0,3%, e de 0,6 ponto para 2026, para um crescimento de 1,4%.
Isso reflete “uma atividade mais fraca do que o esperado no final de 2024 e início de 2025, bem como o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos, a incerteza associada e as tensões geopolíticas, e um aperto das condições de financiamento”, explicou.
As perspectivas para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, das quais o Brasil faz parte, também foram reduzidas, em 0,5 ponto percentual para 2025 e em 0,4% para 2026. As contas agora são respectivamente de expansão de 3,7% e 3,9% para o grupo.
Isso se deveu a cortes significativos para os países mais afetados pelas recentes medidas comerciais, como a China, cuja projeção agora é de expansão de 4,0% neste e no próximo ano, com cortes de 0,6 e 0,5 ponto percentual, respectivamente.