
A Petrobras vai revisar seu plano estratégico quinquenal para considerar a queda recente dos preços do petróleo no mercado internacional, disse nesta terça-feira (13) a presidente Magda Chambriard, prometendo aos acionistas austeridade e controle geral de custos.
Mas antes de pensar em redução de investimentos planejados, a companhia buscará todas as alternativas de redução de gastos para garantir o desenvolvimento de projetos para o longo prazo, adicionaram executivos.
“Quando o preço (do petróleo) sobe, nós temos mais conforto para alargar as nossas ideias. Quando o preço desce, é hora de apertar os cintos”, disse Chambriard, ao abrir a videoconferência da empresa com analistas de mercado sobre os resultados do primeiro trimestre.
Os preços internacionais do petróleo caíram recentemente cerca de US$ 20 (R$ 112,18) ante a valores registrados no primeiro trimestre do ano passado, disse a executiva, pedindo aos acionistas que “fiquem tranquilos”, pois a empresa está se preparando para enfrentar um cenário desafiador e em busca dos melhores resultados.
Entretanto, Chambriard não mencionou em sua fala cortes de projetos.
Nessa linha, o diretor executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, afirmou que a estratégia de longo prazo da companhia está mantida, mas que isso não significaria que não estejam “plenamente cientes e atentos ao cenário mundial de preços mais baixos da nossa indústria”.
“Temos que buscar todas as alternativas de redução de custo, para que a gente consiga manter capex e consiga colocar os projetos, fazer a execução dos projetos. Os projetos de hoje são o futuro da Petrobras amanhã”, disse Melgarejo.
Medidas de austeridade em curso
Dentre as medidas de austeridade em curso, Melgarejo citou iniciativas para minimizar os efeitos inflacionários com otimização de gastos, mitigar o impacto de preços menores no fluxo de caixa livre e priorizar projetos que tragam fluxo de caixa no horizonte de prazo mais curto.
Do lado do impacto de preços no fluxo de caixa, o executivo citou uma busca por simplificação de projetos de engenharia, com a reavaliação de escopo de projetos de plataformas licitadas recentemente e que não foram concluídos.
“Entre as ações dessas frentes, temos maior rigidez da inclusão de novos projetos na carteira de implementação, reposição de projetos e implantação com maiores retornos nos curtos e médios prazos, e vamos continuar estudando medidas de adequação”, disse Melgarejo.
A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 35,21 bilhões no primeiro trimestre, alta de 48,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior, com impactos positivos de natureza contábil, inclusive relacionados ao câmbio, segundo a empresa informou na véspera.