Resumo:
- Mulheres têm ocupado cada vez mais espaço em setores até então dominado por homens;
- Apesar dos avanços no campo político, as mulheres ainda representam apenas 5% das posições de chefes de estado e 24% das cadeiras em parlamentos;
- As duas maiores bolsas de valores do mundo são chefiadas por mulheres;
- Juntas, as mulheres da lista de 2019 supervisionam mais de US$ 2,4 trilhões em receita anual e US$ 14 bilhões em ativos;
- Elas têm se dedicado, cada vez mais, a garantir mais oportunidades para outras mulheres.
A lista deste ano das Mulheres Mais Poderosas do Mundo da FORBES é uma coleção de personagens inovadoras e instigantes que ocupam posições de liderança no cenário mundial, atuando como protagonistas na redefinição das estruturas de poder tradicionais e no impacto duradouro em todos os setores e esferas de influência. Elas estão usando seu prestígio e suas plataformas para expandir os negócios em escala global, resolver os problemas mais intratáveis do mundo, transformar narrativas culturais e dar passos significativos em direção ao avanço da igualdade. Suas realizações já seriam dignas de reconhecimento por si só, mas precisamos levar em consideração a dificuldade em estabelecer incursões em setores e cargos tradicionalmente dominados por homens, especialmente nas áreas de tecnologia, defesa, capital de risco e cinema. O ranking de 2019 tem como única integrante brasileira Andrea Marques de Almeida, que tornou-se CFO da Petrobras em março deste ano.
Na última década, a capacidade de criar influência e poder evoluiu – e isso é especialmente verdadeiro no caso das mulheres. Testemunhamos uma onda sem precedentes que derrubou as estruturas de poder tradicionais e acendeu um acerto de contas global em torno das desigualdades de gênero. A mídia social continua a quebrar as barreiras tradicionais de influência.
Mas como o poder das mulheres avançou nos últimos dez anos? Onde estão os maiores impactos? Onde ainda há o que ser feito?
Mais mulheres poderosas na política
Em 2010, Angela Merkel dominava o topo da lista pelo quinto ano consecutivo, ao lado de colegas como a primeira-ministra australiana Julia Guillard e uma nova geração de líderes emergentes na América Latina, incluindo a brasileira Dilma Rousseff, Laura Chinchilla Miranda, da Costa Rica, e Cristina Fernández de Kirchner, da Argentina. Aquele momento estabeleceu uma expectativa que não foi atendida – a de que a presença de mulheres nas mais altas posições políticas no cenário global seria uma tendência em crescimento.
Avançando rapidamente para o ranking de 2019, Merkel continua sendo a única comandante-chefe de uma nação do G20 (e mantém o primeiro lugar pelo 14º ano), mas as mulheres representam agora apenas 5% dos cargos de chefia dos governos e detêm 24% das cadeiras em parlamentos. No entanto, o impacto político coletivo das mulheres em todo o mundo está em ascensão. Aproximadamente um quarto das listadas deste ano desempenha um papel importante na formulação de políticas e questões geopolíticas em países que, juntos, acumulam um PIB de US$ 56 trilhões – quase dois terços do produto interno bruto total do mundo – e com mais de 3,5 milhões de constituintes sob sua alçada.
Ainda mais notável é o fato de que as mulheres lideram as instituições mais poderosas da União Europeia em um dos momentos mais marcantes e precários da história do bloco. Elas são a chefe do Banco Central Europeu Christine Lagarde (2ª posição) e Ursula von der Leyen (4ª), presidente da Comissão Europeia. Nancy Pelosi retorna à lista na 3a posição, a mais alta para uma autoridade eleita e a mais poderosa da história norte-americana. Neste momento, ela arquiteta o quarto processo de impeachment do país. Algumas figuras regionais continuam a desempenhar papéis importantes em seus próprios países e no cenário mundial. Entre as estreias notáveis deste ano estão a chefe do FMI, Kristalina Georgieva (15ª), e a ministra das finanças da Índia, Nirmala Sitharaman (34ª).
Ela não é a primeira: a nova turma de CEOs
Ao longo da década, as listas de mulheres foram fortemente dominadas pelo pioneirismo. A primeira mulher CEO de uma empresa S&P 500, a primeira bilionária ou a primeira a liderar um setor. Nossa lista de 2010 evidenciou isso com menos de um terço das listadas com cargos doalto escalão executivo.
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As estreias femininas continuam a ser destaque no ranking de 2019, mas o maior acontecimento foram os grupos que surgiram. Três mulheres agora dominam a indústria de defesa. Elas também lideram duas maiores bolsas de valores do mundo. No setor farmacêutico, comandam a quarta maior fabricante de medicamentos do mundo e a maior empresa de biofarma da Índia. Além disso, a lista agora possui sete bilionárias self-made e 17 personagens femininas que estão mudando a cara da tecnologia.
As homenageadas deste ano supervisionam mais de US$ 2,4 trilhões em receita anual, gerenciam US$ 14 bilhões em ativos e lideram mais de 7 milhões de funcionários. Embora algumas barreiras ainda não tenham sido quebradas, as mulheres hoje exercem um poder comercial e econômico sem precedentes no cenário global e abrem o caminho para que outras promovam mudanças em novos campos.
Uma nova narrativa cultural
Em 2019, ser uma das celebridades mais poderosas do mundo é mais do que ser uma influenciadora ou ícone. Este título significa usar seu capital cultural para defender causas relevantes, criar megaempresas e mudar a face de uma indústria.
Pela primeira vez na lista, Rihanna (61o lugar) e Reese Witherspoon (90o) são testemunhas do novo poder que as celebridades estão exercendo em várias esferas. A cantora caribenha emergiu como uma magnata em formação, conhecida tanto por sua música quanto por seu tesouro cultural. Ela mostrou disrupção na música, na moda e na beleza com seu império Fente, responsável por uma receita estimada em US$ 600 milhões em 2017 – apenas dois anos após o início do negócio. Reese também alavancou seu poder de estrela em novas arenas depois de mudar o roteiro em Hollywood. Ela se tornou uma força para contar histórias femininas por meio do lançamento de suas próprias empresas de produção e mídia e representa a definição do que é ser uma líder com múltiplas habilidades na indústria do entretenimento da próxima década.
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Por todos os lados, as mulheres estão vendo seu poder crescer no cenário dos estúdios. Como os pedidos para uma melhor representação na frente e atrás das câmeras tem aumentado de forma crescente, um número cada vez maior de mulheres agora está em posições de impulsionar e reformular narrativas culturais. De Jennifer Salke (48o), chefe da Amazon Studios, com US$ 4,5 bilhões para transformar a gigante do streaming em uma potência de contar histórias, à Ava DuVernay (79o), pioneira em um movimento de inclusão para destacar as mulheres tradicionalmente esquecidas, as representantes deste ano estão amplificando diversas vozes e consolidando seu lugar na vanguarda da narrativa. Em um cenário mudado para sempre pelo #MeToo, a paridade de gênero nas telas e nos bastidores imprecisa, mas finalmente está no centro das discussões da indústria do entretenimento e de muitas outras.
Passando o bastão do poder para frente
No geral, o poder hoje está sendo mais do que nunca conquistado e exercido em termos de impacto e responsabilidade. Em 2010, Melinda Gates (6º), ao lado do marido Bill Gates e de Warren Buffett, anunciou formalmente o “The Giving Pledge” e, na década em que se tornou a defensora mais poderosa do mundo de mulheres e meninas, está conclamando os líderes mundiais a fazer mesmo.
O avanço das oportunidades para as mulheres surgiu como uma linha de referência em toda a lista de 2019. A primeira mulher chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (4º), comprometeu-se a aumentar a representação do gênero no grupo, onde a presença feminina estava terrivelmente ausente. Aileen Lee (92º), da Cowboy Ventures, a investidora de capital de risco e integrante fundadora da comunidade All Raise que cunhou o termo “unicórnio”, está capacitando mais parceiras do sexo feminino no ramo para preencher cheques e liderar acordos. Serena Williams (81º) tem exercido seu poder para remover os obstáculos em cenários que vão do sexismo nos esportes à saúde materna. Ginni Rometty (9º), veterana de 38 anos da gigante de tecnologia IBM, está liderando políticas para manter as mulheres na força de trabalho que incluem licença parental prolongada, um sistema de entrega de leite materno e programas semelhantes a estágios para profissionais experientes que desejam voltar a trabalhar após um longo período de afastamento. Em todos os setores e mantos de poder, alcançar o caminho da paridade nunca obteve tanto destaque quanto na maneira como essas líderes exercem sua influência.
Ao olharmos para a década passada, podemos observar que o progresso das mulheres está sendo calculado mais em etapas do que em passos monumentais, mas é inegável que ele está sendo construído até chegar um momento em que, finalmente, o poder terá sua face transformada.
Veja, na galeria de imagens a seguir, Greta Thunberg e outras 20 mulheres mais poderosas do mundo:
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Getty Images / pablo blazques dominguez 100ª Greta Thunberg
Idade:: 16
País: SuéciaEm agosto de 2018 Greta começou a faltar aula para cobrar ações do Parlamento sueco quanto às mudanças climáticas
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André Ribeiro/Agência Petrobras 77ª Andrea Marques de Almeida
País: Brasil
Andrea Marques de Almeida tornou-se CFO da Petrobras, empresa brasileira de petróleo e gás, em março de 2019
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Divulgação 20ª Oprah Winfrey
Idade: 65
País: Estados UnidosOprah Winfrey fez a transição de apresentadora de talk show, posição que ocupou durante 25 anos, para proprietária de um império da mídia.
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Joe Scarnici/GettyImages 19ª Ruth Porat
Idade: 62
País: Estados UnidosCFO do Google desde 2015, Ruth reduziu os gastos das divisões “moonshot”, aquelas que coordenam projetos que buscam solucionar grandes desafios, e que representam apenas 0,9% da receita da empresa.
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GettyImages 18ª Sheryl Sandberg
Idade: 50
País: Estados UnidosCOO do Facebook desde 2008, ela levou a empresa de mídia social a abandonar prejuízos de US$ 56 milhões para conquistar lucros de US$ 22,1 bilhões em 2018.
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WPA Pool/GettyImages 17ª Emma Walmsley
Idade: 50
País: Reino UnidoEmma chegou à posição de CEO da GlaxoSmithKline em abril de 2017, tornando-se a primeira – e única – mulher a liderar uma grande empresa farmacêutica.
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Cindy Ord/GettyImages 16ª Julie Sweet
Idade: 51
País: Estados UnidosJulie Sweet tornou-se CEO da companhia global de serviços Accenture em setembro deste ano.
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Sean Gallup/GettyImages 15ª Kristalina Georgieva
Idade: 66
País: BulgáriaA economista e ex-CEO do Banco Mundial ocupa a posição de diretora do FMI desde outubro.
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GettyImages 14ª Safra Catz
Idade: 57
País: Estados UnidosSafra tornou-se CEO única da Oracle em setembro, quando o co-CEO Mark Hurd deixou o cargo, um mês antes de falecer.
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Vincent Isore/IP3/GettyImages 13ª Isabelle Kocher
Idade: 53
País: FrançaIsabelle lidera a maior empresa não estatal do mundo de energia desde 2016, depois de um duro período em que a companhia perdeu bilhões de dólares.
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Matt Winkelmeyer/GettyImages 12ª Susan Wojcicki
Idade: 51
País: Estados UnidosSusan Wojcicki é CEO do YouTube, subsidiária da Alphabet, que tem 2 milhões de usuários mensais.
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Nicholas Hunt/GettyImages 11ª Gail Boudreaux
Idade: 59
País: Estados UnidosGail foi nomeada CEO da Anthem em 2017. Anteriormente, ela foi CEO da UnitedHealthcare, a maior divisão do UnitedHealth Group.
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Paul Morigi/GettyImages 10ª Marillyn Hewson
Idade: 65
País: Estados UnidosCEO da Lockheed Martin desde 2013, Marillyn conduziu com habilidade a posição da companhia na vanguarda dos setores de segurança, aeroespacial e tecnologia.
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GettyImages 9ª Ginni Rometty
Idade: 62
País: Estados UnidosA veterana de 36 anos da gigante de tecnologia IBM conduziu a transição da companhia para um player de dados.
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Juan Manuel Serrano Arce/GettyImages 8ª Ana Patricia Botín
Idade: 59
País: EspanhaAna assumiu a presidência da empresa em 2014, após a morte repentina de seu pai, Emilio.
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Boston Globe/GettyImages 7ª Abigail Johnson
Idade: 57
País: Estados UnidosAbigail Johnson atua como CEO da Fidelity Investments desde 2014, quando assumiu o cargo do pai, e tornou-se chairman em 2016.
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Reprodução 6ª Melinda Gates
Idade: 55
País: Estados UnidosMelinda mantém sua posição como a mulher mais poderosa no segmento da filantropia e copresidente da Bill and Melinda Gates Foundation.
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GettyImages 5ª
Mary Barra
Idade: 57
País: Estados UnidosCEO da GM desde 2014, Mary investiu bilhões em veículos elétricos, carros autônomos e um serviço de compartilhamento de carro chamado Maven.
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picture alliance/GettyImages 4ª
Ursula von der Leyen
Idade: 61
País:BélgicaFoi nomeada presidente da Comissão Europeia, o ramo executivo da União Europeia, em julho de 2019.
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Barcroft Media/GettyImages 3ª
Nancy Pelosi
Idade: 79
País: Estados UnidosNancy Pelosi é a 52ª Presidente da Câmara dos Deputados dos EUA.
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Official BX 2ª
Christine Lagarde
Idade: 63
País:FrançaTornou-se a primeira mulher a chefiar o Banco Central Europeu em 1 de novembro de 2019.
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GettyImages 1ª
Angela Merkel
Idade: 65
País:AlemanhaMerkel se tornou a primeira chanceler da Alemanha em 2005 e está cumprindo seu quarto mandato.
100ª Greta Thunberg
Idade:: 16
País: Suécia
Em agosto de 2018 Greta começou a faltar aula para cobrar ações do Parlamento sueco quanto às mudanças climáticas
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