Rebeca Andrade conquistou hoje (29) a primeira medalha olímpica na história da ginástica artística feminina do Brasil ao ficar com a prata no individual geral dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Rebeca, de 22 anos, terminou a competição com a pontuação total de 57.298: 15.300 no salto; 14.666 nas barras assimétricas; 13.666 na trave; e 13.666 no solo. A norte-americana Sunisa Lee levou o ouro e a russa Angelina Melinkova ficou com o bronze.
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A prova do individual geral, na qual as atletas competem em todos os quatro aparelhos da ginástica e têm as notas somadas, teve uma ausência importante em Tóquio: a norte-americana Simone Biles, que desistiu de disputar a final após se classificar com a melhor nota para se concentrar em sua saúde mental.
Nas classificatórias da ginástica, no último domingo (25), Rebeca terminou o dia com a segunda maior nota entre todas as competidoras, com um total de 57.399 pontos, ficando atrás apenas de Simone Biles, que conseguiu 57.731, o que deixou a brasileira entre as favoritas na prova do individual geral.
A trajetória de Rebeca até Tóquio foi marcada por lesões. Em meados de 2019, a ginasta paulista rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho pela terceira vez em quatro anos. Essas lesões a mantiveram fora de três dos quatro campeonatos mundiais que ela competiria.
A classificação para a Olimpíada só foi confirmada no começo de junho deste ano, com a conquista da medalha de ouro no individual geral do Campeonato Pan-Americano. Rebeca viajou para Tóquio sem a equipe feminina do Brasil, que não conseguiu se classificar após disputar quatro Jogos Olímpicos consecutivos.
Outras ginastas brasileiras chegaram perto de conquistar medalhas em outras Olimpíadas na disputa por aparelhos. Daiane dos Santos foi quinta colocada no solo em Atenas 2004 e Flávia Saraiva também terminou na quinta posição na trave na Rio 2016.
Flávia Saraiva, de 21 anos, também está disputando os Jogos Olímpicos de Tóquio e garantiu vaga na final da trave. Rebeca disputará ainda medalhas em dois aparelhos, após ter ficado em terceiro lugar no salto e em quarto no exercício de solo na etapa de qualificação.
Os atletas brasileiros já conquistaram quatro medalhas olímpicas na ginástica artística, todas em aparelhos individuais, com destaque para as medalhas de ouro e prata de Arthur Zanetti nas argolas nos Jogos de 2012 e 2016, respectivamente. Ele tentará sua terceira medalha olímpica em Tóquio.
Recorde no judô feminino
A brasileira Mayra Aguiar ficou com a medalha de bronze na categoria até 78kg do judô nos Jogos Olímpicos de Tóquio hoje (29), sua terceira medalha olímpica de bronze, após também subir ao pódio em Londres 2012 e na Rio 2016.
A judoca se torna a primeira brasileira a conquistar três medalhas olímpicas em um esporte individual.
A medalha vem dez meses após Mayra sofrer uma grave lesão no joelho esquerdo que a fez passar por uma cirurgia e a afastou dos tatames até junho, quando disputou o Mundial, em Budapeste. As incertezas e as dificuldades enfrentadas pela lesão e pela pandemia trouxeram um peso maior à essa conquista para a atleta.
“Nunca chorei tanto. Estava chorando igual criança ali. É que está muito entalado. Tudo o que eu vivi, foi muito tempo de superação, uma atrás da outra”, disse Mayra, segundo nota da Confederação Brasileira de Judô.
“E, hoje, poder concretizar com uma medalha é muito importante para mim. É a maior conquista que eu já tive em toda a minha carreira. Por tudo o que aconteceu, tudo o que vivi, poder estar com isso concretizado é muito gostoso, está sendo muito bom”, acrescentou.
A medalha de ouro ficou com a japonesa Shori Hamada, campeã mundial de 2018, após vitória sobre a francesa número um do mundo Madeleine Malonga, que levou a prata. A outra medalha de bronze foi conquistada pela alemã Anna-Maria Wagner.
Em sua trajetória até o bronze, Mayra estreou vencendo a israelense Inbar Lanir e na sequência foi derrotada nas quartas de final para a judoca alemã Wagner, atual campeã mundial, no golden score, indo para a repescagem, onde venceu a russa Aleksandra Babintseva e depois a sul-coreana Hyunji Yoon, com uma imobilização.
A medalha de Mayra é a segunda do judô brasileiro em Tóquio – Daniel Cargnin também levou bronze. O Brasil soma ainda um ouro no surfe com Ítalo Ferreira, duas pratas no skate, com Rayssa Leal e Kevin Hoefler, e outro bronze com Fernando Scheffer na natação. (Com Reuters)
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