Madeleine Albright, a primeira mulher a ser secretária de estado dos Estados Unidos, morreu no dia 23 aos 84 anos. Ela era uma líder mundial que deixa muitas lições para executivos. Nascida em 1937 na antiga Tchecoslováquia, Madeleine escapou da ocupação nazista com a família e chegou a Ellis Island em 1948. Meio século depois, aos 59 anos, foi designada a primeira secretária de Estado mulher dos EUA. Nos últimos 20 anos, vem trabalhando para proteger as democracias do mundo todo.
Ajude os outros a encontrarem seus caminhos
A capitã da marinha norte-americana aposentada Barbara Bell é uma professora de liderança na Vanderbilt University, além de autora de “Fligh Lessons: Navigating Through Life’s Turbulence and Learning to Fly High”. Ela foi uma das primeiras mulheres a se graduar na Academia Naval dos EUA e na Escola de Pilotos de Teste dos EUA. Bell diz que “Quando penso em Madeleine Albright, eu penso nela como um farol – uma luz confiante e resistente que guia as mulheres pelo país, pelo mundo e que deu a elas esperança de que também pudessem se tornar líderes mundiais um dia”.
“Condoleezza Rice viu aquela luz e assim também enxergou Hillary Clinton, quase que literalmente seguindo seus passos. Eu vi essa iluminação e fui por um caminho diferente para me tornar uma oficial naval sênior. É o que exemplos fazem, eles brilham e permitem que outros encontrem seus caminhos através deles”, diz.
Líderes podem ascender sobre suas origens humildes
Bell diz que “Como alguém que imigrou para os Estados Unidos em 1948, Albright enfrentou seus próprios desafios, não apenas como uma mulher mas também como uma criança que cresceu na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Ela passou por cima dos obstáculos do passado e se tornou pioneira como primeira secretária de estado e como a maior diplomata na história do governo dos Estados Unidos”
Seu impacto não será sentido imediatamente
“Como Bill Clinton disse recentemente após a morte de Albright, os esforços dela para expandir a OTAN sejam talvez o elo que vai nos ajudar a superar a crise na Ucrânia”, diz Bell.
Líderes criam a próxima geração de líderes
Bell diz que as quatro décadas de Albright na Georgetown University “criaram quase duas gerações de líderes mundiais que são especialistas em diplomacia. Veja Condoleezza Rice, ex-secretária de estado que agora é diretora da Hoover Institution na Universidade de Stanford, ou Barbara Mikulski, ex-senadora e uma peça importante em fomentar os avanços das mulheres no ramo militar, que agora ensina políticas públicas na John Hopkins University. Essas mulheres são líderes que foram guiadas pela mentoria de Albright”
Flexibilidade e adaptabilidade
Baruch Labunski, CEO do Rank Secure, observou que “No momento histórico em que líderes como Vladimir Putin dominam as notícias e manejam o poder como uma arma, o mundo poderia se inspirar um pouco mais em Madeleine Albright. Ela não pode só nos ensinar muito em diplomacia e sua importância, mas também pode nos ensinar sobre liderança nos negócios”, diz.
Ele recorda quando Albright disse, “Como um líder, você tem que ter a habilidade de assimilar novas informações e entender que pode haver visões diferentes”. A liderança não requer que uma pessoa tenha todas as respostas…ou finja ter. A liderança requer flexibilidade e vontade de se adaptar conforme adquirimos novas informações. Tanto nos negócios quanto na diplomacia, grandes líderes se cercam de pessoas brilhantes e as escutam.
Não se leve tão a sério
De acordo com Labunski, “Nos negócios, assim como na vida em geral, um dos meios certos de perder a perspectiva é se levar muito a sério. Albright disse, ‘A vida é cruel, mas não temos que ser sérios o tempo todo’”
Mantenha a perspectiva
“Gerenciar um negócio lucrativo é importante. Isso beneficia as economias locais e dá fundamento às nossas habilidades para buscar nossas paixões. Mas temos que manter a perspectiva. Divertir-se um pouco. Deixe seus funcionários relaxarem um pouco e veja o trabalho deles como uma parte importante de suas vidas, mas não como o principal”, diz Labunski.
Tenha um sistema de valores
A psicóloga organizacional e coach executiva Gena Cox, head de pesquisa e consultoria na Feels Human Partners, pensa que “Madeleine Albright mostrava ao mundo que líderes devem ter um sistema de valores, um ponto de vista, um “porquê” como um norte. Esse norte pode ajudar a encontrar limites morais, e esses limites podem definir suas ações. As ações dos lideres são como bolas de pingue-pongue. Sem o compasso, eles perdem seguidores. Madeleine Albright tinha um “porquê” bem definido.
Manejo de experiência como uma vantagem
Cox diz que “Como uma mulher em papéis corporativos por 30 anos, Madeleine Albright, proveu uma visão sobre o que uma mulher ‘mais velha’ pode fazer. Eu vi como alguém poderia manejar sua experiência como uma vantagem para a gravidade e aí aplicar uma camada desconcertante de aço revestida de veludo. Ela me mostrou como vencer sendo diferente”
Encontre jeitos diferentes de se expressar
Magdalena Johndrow é uma conselheira financeira e sócia gerente do Financial Johndrow Wealth Management. Johndrown lembra que Albright “era famosa por usar broches misteriosos em reuniões importantes. Ela nos contou uma história de uma conferência em que ela usou um broche de cobra para uma reunião com oficiais iraquianos como resposta a eles terem dado a ela o nome de ‘serpente inigualável’. A escolha dela em se expressar de forma silenciosa dessa forma é muito importante para vários líderes executivos. “As ações dela me ensinaram que não é sempre sobre o que você diz, mas como você diz. Além disso, ao continuar vestindo broches coloridos ela também deu um toque de feminilidade em um meio masculino, e acredito que também nos ensinou a nos manter fiéis a nós mesmas, mesmo que de um jeito sutil”, disse Johndrow.
Lembre-se da missão
Daniel Comparetto, líder de estratégia da Deloitte Consulting, diz que Albright forneceu um exemplo “de como não apenas criar uma missão, mas como trazer todos a bordo na busca dessa missão”. Ela deu o exemplo dobrando a crença de sua organização na missão. “O líder deve explicar não apenas o que fazer, mas por quê fazer. É responsabilidade dos outros líderes estender a mão e perguntar se os outros não entenderam. Somente quando os líderes em todos os níveis entendem e acreditam na missão, eles podem passar essa compreensão e crença para suas equipes, para que possam perseverar-se nos desafios, executar e vencer”, disse ele.