A participação das mulheres em conselhos de administração subiu de 14% para 16% em comparação com 2021, segundo estudo inédito concluído pelo ACI Institute, da consultoria KPMG no Brasil. O estudo, que analisa 293 companhias de capital aberto, mostrou também que o percentual de empresas listadas com executivas em seu board subiu de 63% para 71% nesse ano. Em 2018, menos da metade dessas empresas tinham mulheres nesse posto e a participação feminina era de 8%.
“Entre os fatores que contribuíram, atribuo, em especial, o aumento da demanda por conselheiros que estejam preparados para a agenda ESG”, diz Leila Loria, conselheira de administração da JBS, Copel e Pernambucanas, entre outras. A executiva também ocupa o posto de co-chair da WCD (Women Corporate Directors), entidade que promove a diversidade nos conselhos. Na visão de Loria, as mulheres vêm se dedicando há mais tempo a temas ambientais e sociais e, por isso, são uma escolha na hora de preencher novas vagas.
Leia também: Descobri há pouco que podia ser eu mesma no trabalho, diz CFO da Amazon
Estudos mostram melhores indicadores de negócios em empresas com mais conselheiras. Há também uma maior pressão, feita pelas mudanças sociais no mundo, para que essa transformação aconteça. Vide o acordo entre Volkswagen e Bradesco que vincula a obetenção de financiamento à maior diversidade na liderança.
Segundo dados do WCD, só 15 empresas de capital aberto brasileiras têm mais de 30% de mulheres em seus conselhos de administração. No total, hoje elas ocupam apenas 9% das posições dos conselhos. Um estudo publicado pela Harvard Business Review analisou 163 empresas por 13 anos e concluiu que, entre as que têm mais mulheres nos cargos de liderança, há maior abertura para mudanças, menor propensão a risco e maior foco em inovação. “Há uma maior consciência de que conselhos diversos trazem melhores resultados, principalmente nesse ambiente em constante mudança que vivemos.”