Entre as 150 healthtechs mais promissoras do mundo, segundo a lista da plataforma de análise CB Insights divulgada hoje (7), está a Bloom Care, startup fundada por três brasileiras com foco em saúde feminina e familiar. “O mercado de fintechs pegou um serviço e construiu a melhor experiência, e a gente está fazendo isso com a jornada de saúde da mulher”, diz Roberta Sotomaior, CEO da Bloom Care.
As cofundadoras, Roberta, Antônia Brandão Teixeira e Bianca Cassarino, comemoram o sucesso, mas já projetavam que ele viria enquanto trabalhavam para isso. “A gente sempre pensou em ser muito grande, sempre acompanhadas de dados e sem um crescimento desenfreado simplesmente mirando o lucro.”
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Essa é a quarta Digital Health 150 anual, que reúne anualmente as principais empresas privadas que estão usando tecnologia e inovação para transformar a saúde. “O que a gente está fazendo não é uma renovação, a gente não está simplesmente pintando uma parede. Inovação é uma reconstrução do sistema de saúde.”
Apenas outras duas healthtechs brasileiras compõem a lista: a Sami, startup de planos de saúde para pequenas empresas e microempreendedores individuais, e a plataforma de benefícios de visão XP Health.
A CB Insights avaliou mais de 13 mil empresas com critérios como pesquisa e desenvolvimento, potencial de mercado, clientes, perfil de investidores e inovação tecnológica. “Esse grupo cada vez mais global, representando mais de 18 países em cinco continentes, não está apenas gerando melhores resultados para os pacientes, mas tornando os cuidados de saúde mais acessíveis”, diz Brian Lee, vice-presidente sênior da Unidade de Inteligência da CB Insights.
História da Bloom Care
Fundada em 2018, a Bloom nasceu como uma plataforma de educação em saúde. Hoje, é um aplicativo que tem 20 clientes B2B – empresas como Sanofi, Grupo Astra, Olist e Memed –, que representam mais de 30 mil pessoas atendidas na plataforma.
Por meio da Bloom Care como benefício corporativo, os colaboradores dessas companhias têm acesso a conteúdos de saúde e bem-estar, chat com profissionais, consultas de telemedicina e acompanhamento para lidar com temas como planejamento familiar, fertilidade, gravidez e saúde mental.
A Bloom tem trilhas de saúde para mulher, o que Roberta explica que vai muito além de saúde ginecológica. “É saúde de uma perspectiva feminina para a mulher”, diz a CEO. Mas a healthtech também tem serviços para os homens. “Eles se cadastram na plataforma quando se encontram nas fases de planejamento familiar ou de parentalidade.”
“Às vezes, o termo ‘femtech’ [startup que foca em soluções para as mulheres] traz uma ideia de nicho. É muito importante estar nessa lista como healthtech, isso mostra que é algo muito maior”, diz Roberta. Para ela, desenvolver serviços com foco em metade da população – ou até mais do que isso –, não deveria ser tido como um mercado de nicho. E isso já vem sendo provado em outros países.
No ano passado, a femtech Maven, uma clínica digital de fertilidade, foi a primeira a atingir o status de unicórnio nos EUA. A empresa de pesquisas de mercado Arizton Advisory & Intelligence estima que o mercado global de femtechs deve atingir US$ 75,7 bilhões (R$ 396 bilhões) em 2026.
Mas os desafios ainda existem. “É muito desafiador vender saúde da mulher para homens, a maioria dos investidores.”
A Bloom Care passou por uma rodada pré-seed de R$ 3 milhões no final do ano passado, e agora inicia mais uma rodada de investimento. “Esse reconhecimento global agora traz muita certeza de que a gente está no caminho certo.”