A Gol Linhas Aéreas anunciou que suas funcionárias deixarão os saltos altos para usar tênis no trabalho. A mudança valerá para todos os colaboradores da empresa, inclusive comissárias de bordo e quem trabalha em solo. “Os aeroportos estão ficando mais modernos e aumentando de tamanho e o tênis trará mais leveza e comodidade nas caminhadas”, diz Jean Nogueira, chief people officer da Gol.
Os novos calçados foram desenhados e produzidos pela marca de calçados Yuool com materiais sustentáveis, feitos de garrafas PET recicladas e mais resistentes. Os antigos uniformes exigiam saltos altos para as mulheres e sapatos sociais para os homens da companhia aérea. “Como pilotos, já não usamos salto para voar porque precisamos ter controle tanto nas pontas dos pés como nos calcanhares (são dois comandos diferentes nos pedais da aeronave). Por muito tempo usei sapato masculino”, afirma Andrea Martins, copiloto da Gol.
Confira o histórico de uniformes da Gol:
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Divulgação/Gol Linhas Aéreas Uniforme da Gol de 2023 com a adoção do tênis da Yuool.
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Divulgação/Gol Linhas Aéreas Tênis da Yuool que será usado pelos funcionários da Gol.
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Uniforme da Gol de 2014.
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Divulgação/Gol Linhas Aéreas Uniforme da Gol de 2011.
Uniforme da Gol de 2023 com a adoção do tênis da Yuool.
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A maioria das companhias aéreas ainda requer uniforme formal com saltos altos ou sapatilhas para as mulheres e sapatos sociais para seus funcionários. Entretanto, em 2021, a ucraniana SkyUp Airlines trocou os uniformes de seus empregados por calças e tênis ao invés de sapatos sociais, saltos altos e saias.
Histórico de uniformes de comissárias aéreas
O trabalho feminino a bordo de aviões iniciou no final da década de 1920 e início da década de 1930 quando voos comerciais iniciaram a contratação de enfermeiras na tripulação para transmitir confiança aos passageiros em caso de emergência. Assim, as aeromoças se tornaram uma estratégia de marketing para a aviação, partindo de uma premissa dentro dos padrões da época de que “se uma mulher pode voar, você também pode”.
Nessa época, o uniforme era bem diferente do que é hoje. Como as aeromoças eram também enfermeiras, o jaleco foi implementado. Além disso, com o início da Segunda Guerra Mundial, as vestimentas eram pesadas e duráveis, inspiradas em uniformes militares. A equipe vestia grandes chapéus que cobriam as suas orelhas, capas e saias com altura abaixo dos joelhos. A ideia era passar um senso de profissionalismo e dever.
Com o final da guerra, a competição entre as empresas aéreas se tornou mais intensa e se iniciou a chamada “Era de Ouro da Aviação”, quando o glamour tornou-se regra na aviação. Com isso, o uniforme das aeromoças ficou mais refinado, com elementos de alfaiataria como o blazer e a saia lápis, acompanhados de sapatos de salto baixo.
O padrão estético exigido das aeromoças era muito rigoroso. Nos anos 1953, por exemplo, a American Airlines dispensava qualquer funcionária acima de 30 anos. As candidatas só eram aceitas se tivessem determinada altura e peso, sendo inaceitável o uso de óculos de grau. O uniforme refletiu na sexualização das mulheres a bordo, trazendo vestimentas que marcavam o corpo.
Nos anos 80, a aviação seguia numa crescente constante. Com a popularização das viagens familiares, a ideia de glamour foi se tornando cada vez menos necessária, quando comparada com a necessidade de levar uma mala extra. Além disso, o terninho feminino entra em voga, na busca por um visual mais profissional. Assim, a camisa branca, o blazer e a calça ou saia de alfaiataria voltam a ser os elementos principais no uniforme de bordo, geralmente acompanhados de um lenço ou boina.