Beyoncé Giselle Knowles-Carter – também conhecida como Queen Bey – pode arrecadar quase US$ 2,1 bilhões (R$ 10,4 bilhões) com sua turnê mundial “Renaissance” – cerca de US$ 500 milhões (R$ 2,4 bilhões) a mais do que os US$ 1,6 bilhão (R$ 7,9 bilhões) que Taylor Swift deve ganhar com sua turnê “Eras”. A turnê de Beyoncé começou na quarta-feira (10), com um show de três horas em Estocolmo, na Suécia.
Essas estimativas impressionantes são baseadas nas suposições mais otimistas baseadas no número de fãs que geralmente compram ingressos para os shows e no alto preço médio dos ingressos – cerca de US$ 700 (R$ 3,4 mil).
O cálculo também assume que as artistas levam para casa uma parte considerável dos rendimentos das turnês e pagam as despesas dela com 20% das receitas – ficando para elas os outros 80%.
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A “Renaissance” pode arrecadar entre US$ 275 milhões (R$ 1,3 bilhão) e US$ 2,4 bilhões (R$ 11,9 bilhões) apenas com ingressos até o final de setembro. A estimativa de receita de ingressos mais otimista de Beyoncé está bem acima da de Taylor Swift – a qual foi de US$ 1,9 bilhão (R$ 9,4 bilhões).
Devido ao desejo reprimido dos fãs de assistir a shows presenciais no final de uma pandemia de mais de três anos, usar suposições otimistas parece fazer sentido.
Nascida em Houston, Texas, Beyoncé entrou na indústria da música na década de 1990 com o grupo Destiny’s Child, alcançou sucesso na carreira solo com álbuns como Dangerously in Love and B’Day, fez uma performance icônica no Super Bowl 50 e muito mais.
São altas as chances de que “Renaissance” seja a turnê mais lucrativa da cantora – possivelmente excedendo a receita que ela obteve de todos os seus shows anteriores juntos.
Estratégias de negócios de Beyoncé e Taylor Swift
Além de serem artistas excepcionalmente talentosas, Beyoncé e Swift são excelentes executivas de negócios. Uma parte fundamental desse trabalho é escolher uma estratégia de negócios – tomar decisões sobre quais produtos vender, onde vendê-los e quanto cobrar dos clientes – e executá-la sem falhas.
As duas buscam uma estratégia de diferenciação – o que significa que cobram preços premium por um produto de maior qualidade e que pode custar mais para ser produzido.
Especialistas que entrevistei, que não revisaram os contratos das cantoras, destacam algumas diferenças e semelhanças entre suas estratégias de negócios:
- Swift pode reter uma parcela maior das vendas de ingressos do que Beyoncé;
- Swift tem uma estratégia de merchandising mais extensa do que Beyoncé;
- Beyoncé e Swift têm altos gastos com turnês e os preços médios dos ingressos para as turnês de 2023 estão em torno de US$ 700 (R$ 3,4 mil).
Participação das cantoras na venda de ingressos
Taylor Swift provavelmente recebe entre 100% e 110% das receitas de bilheteria. Como me disse David Herlihy, professor da Northeastern University e coordenador do programa de indústria musical: “O empresário dela deveria ficar feliz em pagar mais a ela, porque ele não precisa assumir nenhum risco de que os shows não vão esgotar”.
Beyoncé deve receber algo perto disso. “Beyoncé poderia ter uma taxa crescente (com base no número de ingressos vendidos) ou uma porcentagem fixa por ingresso. Considerando seu sucesso anterior, ela certamente uma porcentagem superior a 90% ou mais”, disse Armen Shaomian, professor de gestão de entretenimento da Universidade da Carolina do Sul.
Patrocinadores e outras parcerias podem ajudar grandes artistas a garantir altas receitas de shows. “Os patrocinadores de Beyoncé incluem grandes corporações, como CITI, Verizon e Tiffany. Toda a produção da turnê é feita por sua produtora, Parkwood Entertainment, e promovida pela Live Nation, que direciona uma porcentagem maior da receita diretamente para Beyoncé”, explicou Shaomian.
Preços dos ingressos
Uma coisa que Swift e Beyoncé têm em comum são os altos preços médios dos ingressos das suas turnês. Segundo Shaomian, o preço médio do ingresso do show de Taylor Swift é provavelmente US$ 700 (R$ 3,47 mil) ou mais. E o de Beyoncé pode ser US$ 685 (R$ 3,40 mil) ou mais.
Swift provavelmente fica com 80% das receitas da turnê. Como Herlihy explicou no ano passado: “Ela tem que pagar impostos, sua equipe, aluguel do local e despesas da turnê – possivelmente caminhões, equipes, segurança, instrumentos musicais e assim por diante. Essas despesas podem variar entre 20% e 25% da sua receita.”
A receita dos ingressos da turnê “Renaissance” pode variar de US$ 275 milhões (R$ 1,3 bilhão) a US$ 2,5 bilhões (R$ 12,4 bilhões).
No início de fevereiro, a revista “Billboard” estimou que a “Renaissance” renderia entre US$ 275 milhões (R$ 1,3 bilhão) e US$ 428 milhões (R$ 2,1 bilhões) em receita de ingressos.
As outras turnês de Beyoncé
É provável que Beyoncé ultrapasse US$ 1 bilhão (R$ 4,9 bilhões) em vendas brutas de ingressos que obteve ao longo da vida quando receber seus rendimentos da nova turnê. Segundo a “Billboard”, ela “arrecadou US$ 767,3 milhões (R$ 3,8 bilhões) e vendeu 8,9 milhões de ingressos em 375 shows, incluindo aqueles com Jay-Z e a Verizon Ladies First Tour, com Missy Elliott e Alicia Keys em 2004.”
Aqui estão os lucros de algumas de suas turnês mais recentes:
- On the Run (2014) com seu marido Jay-Z arrecadou US$ 95 milhões (R$ 472 milhões), de acordo com a “Billboard”.
- Formation World Tour (2016): US$ 256 milhões (R$ 1,27 bilhão) , segundo a revista Complex.
- On the Run II (2018): US$ 254 milhões (R$ 1,26 bilhão) em receita bruta, segundo a Forbes.
Quanto Beyoncé e Swift levarão para casa
Beyoncé pode ganhar mais dinheiro com a turnê “Renaissance” do que Taylor Swift com a “Eras”.
Mais especificamente, os rendimentos da “Renaissance” para Beyoncé podem variar entre US$ 680 milhões (R$ 3,3 bilhões) e quase US$ 2,1 bilhões (R$ 10,4 bilhões) – usando como base US$ 200 (R$ 993) e US$ 648 (R$ 3,2 mil) por ingresso, respectivamente.
Isso supera a faixa de lucro de US$ 553 milhões (R$ 2,7 bilhões) e US$ 1,62 bilhão (R$ 8 bilhões) para “Eras”.
Lucros da “Renaissance”
Os lucros de Queen Bey com a “Renaissance” derivam das seguintes suposições:
- Vendas brutas de ingressos variando de US$ 751 milhões e US$ 2,57 bilhões com base nos preços máximo e mínimos para todos os 52 shows;
- Receita de mercadorias de cerca de US$ 171 milhões, assumindo que ela venderá 30 mil itens a um preço médio de US$ 100;
- Beyoncé ficaria com 80% da receita de mercadorias (segundo Herlihy)
- Ela subtrairia 20% de sua participação na receita de ingressos e mercadorias, de acordo com Herlihy, para pagar as despesas da turnê – mantendo os outros 80%.
Veja fotos do primeiro show da turnê “Renaissance” de Beyoncé:
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Kevin Mazur/Getty Images -
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Jonathan Nackstrand/AFP/Getty
*Peter Cohan é colaborador da Forbes USA desde 2011. Ele é um autor com 15 livros publicados e abandonou o mundo corporativo em 1994 e abriu uma empresa de consultoria de gestão e capital de risco.
(traduzido por Fernanda de Almeida)