A menstruação, processo fisiológico experienciado por mais de 300 milhões de mulheres e meninas no mundo todos os dias, é um assunto historicamente estigmatizado e carregado de tabus culturais. Depois de décadas sem inovações na indústria de produtos menstruais, as femtechs revolucionaram o mercado com mudanças radicais e itens inovadores, como lingeries menstruais, coletores e absorventes reutilizáveis.
A receita da indústria de higiene feminina deve atingir US$ 47 bilhões neste ano, com um crescimento de mercado anual projetado em 5,10% nos próximos cinco anos. As estratégias das marcas que inovam em produtos menstruais trazem ensinamentos valiosos para empreendedores que buscam romper com os tabus que envolvem outros mercados.
O que os empreendedores podem aprender com as femtechs
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1. Usar os tabus da indústria em seu favor
Os empreendedores devem abordar assuntos delicados e que são tabus em seus setores. Ao encontrar soluções para questões, eles podem aumentar seu impacto social e criar conexões mais significativas com seus clientes, funcionários e investidores.
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2. Promover conversas para a normalização do estigma
Incentivar conversas sobre essas pautas contribui para a normalização do tema, tornando-o mais acessível e discutível como uma área de inovação e crescimento. A marca de lingeries menstruais Pantys, por exemplo, atua em escolas brasileiras promovendo discussões sobre menstruação e sobre o benefício financeiro de usar produtos menstruais reutilizáveis.
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3. Explorar parcerias com Ongs
Colaborar com organizações sem fins lucrativos pode aumentar o impacto social e a credibilidade de uma empresa.
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4. Integrar as ações sociais da empresa à agenda ESG
A integração de iniciativas que desafiam o estigma e os tabus da sociedade podem contribuir para uma mudança social positiva, o que faz parte de uma agenda ESG (sigla em inglês para social, ambiental e governança). Isso também melhora a reputação da marca e o envolvimento dos funcionários com o trabalho.
1. Usar os tabus da indústria em seu favor
Os empreendedores devem abordar assuntos delicados e que são tabus em seus setores. Ao encontrar soluções para questões, eles podem aumentar seu impacto social e criar conexões mais significativas com seus clientes, funcionários e investidores.
Grande parte das femtechs são guiadas pelo propósito de romper com o estigma envolvendo menstruação e produtos menstruais, mais do que alcançar o sucesso comercial. Isso foi o que pesquisadores descobriram após analisar o trabalho de 90 femtechs nessa indústria e entrevistar 50 fundadoras, CEOs ou porta-vozes dessas empresas.
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Essas empreendedoras perceberam que oferecer produtos e serviços inovadores e de alta qualidade por si só não era suficiente para superar o estigma e os tabus da menstruação. Por isso, elas fizeram do estigma e do tabu o foco do seu modelo de negócios.
Os pesquisadores também descobriram que as femtechs usam comunicação verbal e visual explícita, em vários meios de comunicação, para normalizar as discussões sobre o tema. A marca de lingeries menstruais WUKA, por exemplo, mostra explicitamente o fluxo de sangue da menstruação em seus comerciais. Enquanto isso, empresas tradicionais evitam evidenciar os tabus da menstruação, como o sangue, usando líquidos azuis para mostrar que um absorvente não vaza.
A disrupção das femtechs na indústria de produtos menstruais serve como um lembrete importante do valor das estratégias orientadas por propósitos e do potencial inovador da diversidade, equidade e inclusão.