Bruna Alexandre ficou nervosa ao receber uma ligação telefônica no fim de um domingo. Era o técnico da seleção brasileira de tênis de mesa. “Pensei que havia um problema”, afirmou a atleta, que tem apenas um braço e havia sido campeã do Aberto de Montenegro paralímpico da modalidade no mês anterior.
Mas a ligação na verdade era a realização de um sonho: ela havia sido selecionada para competir na Olimpíada deste ano, se tornando assim apenas a terceira atleta a competir tanto nos Jogos Olímpicos quanto nos Paralímpicos. “Só acreditei mesmo quando a Confederação de Tênis de Mesa postou no Instagram”, afirmou com uma risada.
Bruna Alexandre será a primeira brasileira a competir tanto na Olimpíada quanto na Paralimpíada. Ela segue os exemplos do corredor sul-africano Oscar Pistorius e da mesa-tenista polonesa Natalia Partyka.
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Com alguns meses de vida, a atleta perdeu seu braço devido a um coágulo sanguíneo. Bruna começou a jogar tênis de mesa aos sete anos e foi descoberta rapidamente pela equipe paralímpica do Brasil. Foi o início de uma jornada que culminou com uma medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos Rio-2016 e uma de prata na Paralimpíada de Tóquio, em 2021.
Agora, 22 anos depois de ter pegado em uma raquete pela primeira vez, ela realizará o sonho, outrora distante, de também se tornar uma atleta olímpica. Bruna terá uma das permanências mais longas na Vila Olímpica, chegando em 15 de julho para a Olimpíada e ficando para os Jogos Paralímpicos, que serão disputados de 28 de agosto a 8 de setembro.
A mesatenista espera se tornar um exemplo para outras pessoas com deficiência de todo o mundo: “O legado que quero deixar é o de que as pessoas podem fazer qualquer coisa, falte um braço ou uma perna, não importa.”