Quase 20 anos após a estreia de “Grey’s Anatomy“, que foi lançada em março de 2005, a série continua a ser um dos programas mais queridos da televisão americana. Chandra Wilson dá vida à icônica Dra. Miranda Bailey desde o primeiro episódio e é presença constante ao longo das 21 temporadas. A atriz de 55 anos ainda está profundamente envolvida com o desenvolvimento da personagem.
Durante uma pausa nas gravações, Wilson reflete sobre a complexa jornada de Bailey, conta o que a inspira a continuar contando as histórias do Grey Sloan Memorial Hospital e revela se o fim do fenômeno televisivo está, de fato, próximo.
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Forbes: Voltando para 2004, quando o projeto de “Grey’s Anatomy” entrou no seu radar?
Chandra Wilson: Na época, eu estava na peça “Caroline, or Change” e descobri que iria para a Broadway em abril. Durante uma pausa, entrei como substituta no musical “Avenue Q”. Foi nesse período que surgiu a oportunidade de fazer o teste para um projeto sem título da Shonda Rhimes. Depois de algumas audições, fui escolhida para o piloto.
Gravamos o primeiro episódio em 15 dias e voltei correndo para começar a temporada da Broadway. Foi isso! Na época, a série parecia um projeto sem grandes expectativas, mas só no final de agosto descobri que conseguimos uma estreia com início em outubro. Achei que conseguiria equilibrar as gravações em LA com minha peça em Nova York, mas logo percebi que isso não seria possível.
No Natal, fizemos uma pausa, e parecia que o show não iria para frente. No entanto, em janeiro de 2005, fomos chamados de volta para completar 13 episódios e conseguimos quatro datas de exibição emprestadas de “Boston Legal”. Nossa audiência superou “Boston Legal”, que ficou em hiato, e exibiram todos os nossos episódios restantes, o que consolidou o sucesso da série.
Vocês estão na 21ª temporada e, ao longo desse caminho, acompanhamos a vida familiar e a carreira médica da sua personagem, a Miranda Bailey. O que você mais gostou na evolução que ela teve ao longo de Grey’s Anatomy até agora?
Em tempo real, pudemos ver alguém que tinha metas e um sonho profissional. Depois de ela alcançar isso, descobrimos o “e agora?”, que é outra parte da jornada que todos enfrentamos. Você achava que a conhecia no início, mas, ao longo dos anos, todos os lados emocionais dela foram revelados. Ela é uma mulher vivendo com transtorno obsessivo-compulsivo e que precisa gerenciar sua saúde mental. Foi importante mostrar que podemos viver a vida, construir uma carreira e ainda ter a abertura para dizer: “Eu não sei o que vem a seguir, mas estou pronta para descobrir.”
Você é uma das poucas atrizes que continua na série desde a estreia. O que significa para você fazer parte de Grey’s Anatomy desde o início?
É a maior honra da minha vida. Sempre digo que quero estar presente até o último episódio, o último momento, quando tudo chegar ao fim. Essa jornada é tão emocionante para mim, de ter começado algo e poder ver isso até o final, se é que isso acontecerá.
Quais momentos da Bailey você mais gostou de interpretar? Quais cenas tiveram mais significado para você?
Acho que a maior diversão que tive como atriz foi no final da sexta temporada, com o atirador no hospital. Estar embaixo da cama, ser puxada, bater no elevador e fazer aquele contato visual com Charlie [Percy, interpretado pelo ator Robert Baker] foi eletrizante. Esses tipos de momentos acontecem o tempo todo. Bailey se casou, se tornou chefe, conseguiu o uniforme azul-marinho – foram todas cenas cruciais.
Você também começou a dirigir episódios na sexta temporada de Grey’s Anatomy. O que você mais gosta da direção?
É uma parte diferente do meu cérebro. Como virginiana, é o meu lado perfeccionista. A alegria de dirigir vem de entender que, na direção para televisão, é preciso criar as peças do quebra-cabeça necessárias para montar o produto final que será entregue ao produtor. Sabendo que temos todas as peças montadas, podemos seguir em frente. Adoro poder definir o tom do set e deixar todos tranquilos.
Sou definitivamente uma diretora de atores, mas também sou uma diretora da equipe. Se eu souber que a equipe de objetos de cena fez um esforço para garantir uma planta específica, quero garantir que a câmera destaque ela, porque alguém trabalhou muito para isso. Se tem um quadro de anotações com muitas coisas escritas e a equipe entra após cada tomada para apagar e reescrever, vou destacar esse quadro. Tenho tanta apreciação por tudo o que todos fazem para que essa série aconteça. Isso vem do teatro e essa compreensão se transfere para a TV também.
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Estamos na 21ª temporada de Grey’s Anatomy. Existe alguma projeção do fim da série? Você ouviu algo de Shonda Rhimes ou de Betsy Beers?
Honestamente, eu não tenho a menor ideia. Sei que, do ponto de vista criativo, eles já escreveram o final do programa muitas vezes. Por algum motivo, quando o estúdio pergunta se já terminaram, sempre respondem com mais história para contar.
* Jeff Conway é colaborador sênior da Forbes USA. Ele é um jornalista norte-americano focado em entretenimento e negócios.