Em ano olímpico, as mulheres se destacaram em Paris. No Brasil, das 20 medalhas que os atletas trouxeram para casa, 12 foram de mulheres, inclusive os únicos três ouros.
Dentre os quatro multimedalhistas brasileiros dos Jogos de Paris, três são mulheres: Beatriz Souza (ouro na final da categoria +78kg do judô feminino e bronze por equipes) e Larissa Pimenta (bronze na categoria até 52kg do judô feminino e na disputa por equipes), cada uma com duas medalhas, e Rebeca Andrade, com quatro (ouro no solo, duas pratas, no individual geral e no salto e um bronze, na disputa por equipes). Elas foram apenas algumas das atletas que fizeram história na Olimpíada deste ano.
Quem encerrou a leva de ouros das brasileiras foram as jogadoras de vôlei de praia, Ana Patrícia Ramos e Duda Lisboa, dois dias antes do encerramento da Olimpíada. A dupla levou o país para o topo do pódio depois de 28 anos. “Para além da conquista da medalha, ocupar esse espaço e deixar um legado para o esporte feminino tem um valor imensurável”, explicou Duda em entrevista à Forbes.
No surf, Tatiana Weston-Webb ficou com a medalha de prata depois de chegar à final feminina contra a norte-americana Caroline Marks nas ondas de Teahupoo, no Taiti. “Representar o Brasil em um evento tão importante e sair com esse resultado me enche de orgulho e gratidão”, disse a surfista em entrevista à Forbes.
Medalhista mais jovem do Brasil na história dos Jogos, Rayssa Leal retornou ao pódio em sua segunda passagem pelas Olimpíadas. Queridinha do público, movimentou a plateia e os telespectadores ao bater o próprio recorde no skate street e terminar em terceiro lugar na final.
O time de ginástica artística, composto por Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Julia Soares, Jade Barbosa e Lorrane dos Santos, também voltou bronzeado para casa. As atletas disputaram o pódio na final por equipes e conseguiram a primeira medalha do Brasil na modalidade.
Para encerrar as medalhas do Brasil na Olimpíada de Paris, a seleção feminina de vôlei subiu ao terceiro lugar do pódio no sábado (10), depois de derrotar a Turquia por 3 sets a 1.
O cenário de maioria feminina nas medalhas já era previsto por executivos do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Foi também a primeira vez que a delegação brasileira teve maioria feminina em uma Olimpíada. Dos 277 atletas brasileiros, 153 mulheres eram mulheres, ou 55% do total.
Bruna Alexandre, do tênis de mesa, foi a primeira atleta paralímpica brasileira a competir também na Olimpíada.
Nos Jogos Paralímpicos, o Brasil quebrou recorde com sua maior participação feminina: foram 117 mulheres entre 255 atletas, ou 45,9%.
Durante a competição, a nadadora Carol Santiago conquistou mais três ouros e duas pratas em sua segunda participação nos Jogos e se tornou a atleta mulher com mais medalhas douradas pelo Brasil na Paralimpíada. “Confesso que não sabia que podia atingir essa marca, nem estava preparada”, contou ela, que compete na classe S12 (deficiência visual).
Depois dos Jogos, as atletas continuaram brilhando. Bia Souza foi indicada ao prêmio de melhor judoca mulher do mundo em 2024, promovido pela Federação Internacional de Judô (IJF, na sigla em inglês).
A skatista levou o Ginásio Ibirapuera ao delírio ao vencer de virada a disputa com quatro japonesas (duas delas campeãs olímpicas) e uma australiana.