A Visa quer massificar os meios eletrônicos de pagamento no país e espera que brasileiros reduzam significativamente o uso de dinheiro vivo no próximo ano.
Segundo o country manager da empresa para o Brasil, Fernando Teles, a ambição da empresa para o médio prazo é obter um resultado similar ao que se vê em mercados desenvolvidos, nos quais 60% dos pagamentos, em média, são feitos por meios como carteiras digitais e cartões com tecnologia contactless.
“Estamos entrando em segmentos onde, historicamente, o dinheiro sempre foi dominante”, diz Teles, em referência à introdução do pagamento via contactless no metrô do Rio de Janeiro e o teste da tecnologia nos ônibus de São Paulo, que começou neste mês.
“Em transporte público, damos uma solução para a população e oferecemos benefícios para os operadores, que retiram dinheiro do ecossistema, mas o grande objetivo disso é introduzir uma mudança de hábito”, explica.
Assim como aconteceu em mercados como o Reino Unido, o uso de contactless em meios de transporte públicos será o grande propulsor para uma maior aceitação do método como alternativa ao dinheiro, segundo o executivo.
“Há uma curva inicial de aceitação [do contactless], que depois ganha uma inclinação bastante acentuada, onde a população começa a não querer mais utilizar o dinheiro”, aponta Teles, citando mercados como a Austrália, onde, segundo a Visa, 92% dos pagamentos eletrônicos face a face são por aproximação.
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A guerra contra o dinheiro no Brasil prevê um processo similar ao de outros mercados desenvolvidos, onde segundo Teles, uma “mudança significativa” nos processos de pagamento ocorreu nos 18 meses após a introdução da tecnologia.
Segundo o executivo, a diminuição do custo dos elementos físicos necessários para alavancar pagamentos eletrônicos é outro fator que fará com que brasileiros usem cada vez menos dinheiro em espécie.
“O barateamento da tecnologia necessária para os cartões com pagamento por aproximação e das maquininhas equipadas para tal vai trazer uma popularização da aceitação. O movimento da China foi exatamente esse.”
Além de oferecer uma melhor experiência e a possibilidade de um maior fluxo de vendas com pagamentos sem senha, o country manager aponta que os benefícios do contactless para quem vende também incluem a diminuição da necessidade de manutenção de equipamentos como maquininhas de pagamento.
Segundo Teles, os pilotos de pagamentos eletrônicos da Visa em locais de baixa maturidade tecnológica no Brasil mostram que o método também cumpre um papel social. “A redução de custos por meio de meios eletrônicos faz com que mais empregos sejam gerados e a economia melhore, aumentando o índice de desenvolvimento humano das cidades e diminuindo a violência. É um círculo virtuoso.”
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SoftBank fecha com BID para investir na América Latina
O fundo bilionário SoftBank fechou uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para explorar oportunidades de coinvestimento em startups latino-americanas. O BID vai apoiar o fundo em aspectos como governança e melhores práticas de cunho social e ambiental. O plano é coinvestir em startups de estágio de desenvolvimento mais avançado. Neste mês, o BID também fechou uma parceria com o hub de empreendedorismo e inovação Cubo Itaú para apoiar sua expansão na América Latina.
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Sanofi quer acelerar estratégia digital
A gigante francesa do setor farmacêutico Sanofi anunciou um diretor de aceleração digital no Brasil para definir sua estratégia e abordagem de inovação no país e na América Latina. Responsabilidades de Marcelo Nadruz, que entrou na empresa em 2014 e atuou anteriormente como consultor da Accenture, incluem projetos relacionados a pacientes e profissionais de saúde, bem como a promoção de cultura e inovação digital na região.
Angelica Mari é jornalista especializada em inovação há 18 anos, com uma década de experiência em redações no Reino Unido e Estados Unidos. Colabora em inglês e português para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC, The Guardian e outros.
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