“O cancelamento do nosso evento anual, o RD Summit, foi a decisão da nossa resposta à pandemia que foi mais difícil de absorver. É o momento mais esperado do ano para boa parte dos RDoers e iríamos reunir mais de 15 mil pessoas em outubro.
Já tínhamos vendido quase 5 mil ingressos, sem ainda lançarmos nenhum nome na agenda oficial. Apesar disso, a conclusão era meio óbvia. É impossível fazer todos os investimentos e preparar nossa infra em um cenário tão incerto. E se não há outro caminho, só resta aceitar e se energizar para o ano que vem.
Antes disso, me lembro bem de quando nosso time de eventos trouxe o cancelamento do RD on the Road, ainda em fevereiro. Estávamos nos primeiros casos e seria o momento de assinar contratos com todos os fornecedores.
Entendi, aceitei, mas fiquei com a pulga atrás da orelha: vamos mesmo ter transmissão local? Não vai demorar só um ou dois meses até ficar tudo bem? Não tem uma história de que o vírus não sobrevive a temperaturas altas, como as daqui? Confesso que ainda tinha uma boa dose de otimismo.
Com as primeiras transmissões locais e notícias da situação se agravando de forma trágica na Europa, começou a cair a ficha de que o problema era muito maior.
A RD agiu rápido para preservar o time, suspendendo todas as viagens e colocando todos em home office antes de qualquer indicação governamental. Já tínhamos ferramentas e parte da operação adaptada ao trabalho remoto, então foi uma transição suave.
As redes de troca com empreendedores, como a Endeavor, e a dos fundos que já nos aportaram estavam borbulhando de compartilhamentos de práticas, análises e visões, que davam mais insumos para entender o caminho. Ouvimos também empreendedores de países que tinham vivido essa onda antes, para tentar prever um pouco do que vinha.
Depois de cuidar dos nossos, o próximo passo foi cuidar dos outros. Liberamos nosso guia de boas práticas e uma ferramenta de trabalho remoto que desenvolvemos, logo depois foram alguns de nossos cursos de Inbound Marketing e Inside Sales, que podem ser muito úteis no momento, e estamos anunciando um pacote do nosso produto a preços irrisórios, que ajudam empresas a começarem na área.
Enquanto tudo acontecia, montamos cenários de impacto e planos de ação para cada contexto. Buscamos alavancas de eficiência e redução de custos para nos proteger, congelamos contratações e novos projetos e estamos fazendo tudo que está ao alcance para preservar o time. Felizmente temos conseguido. Acredito muito na mensagem do avião, de que precisamos colocar a máscara antes de ajudar aos outros.
É preciso se proteger e garantir a sustentabilidade do negócio para que ele possa render frutos e ajudar mais pessoas. É por isso que entendo empresas que estão demitindo, mas ainda acho muito triste e dolorido.
No começo, acompanhava de perto jornais e notícias, para entender a curva de crescimento e o impacto. Com o tempo, mudei o olhar para coisas que inspiram, buscando empresas que souberam se reinventar ou histórias bonitas de solidariedade – o Instagram Razões para Acreditar é uma ótima fonte.
Períodos como este nos fazem crescer. Vejo muita gente despertando a empatia e valorizando mais professores, babás, diaristas. Valorizamos mais as coisas simples, como aquele parque perto de casa que a gente quase nunca ia, um almoço com a família toda ou apenas ter saúde.
Grandes crises, em geral, são seguidas de oportunidades e crescimento. Que consigamos preservar estas lições, e valorizar as coisas certas quando tudo estiver bem.”
Desafio Covid-19 escolhe soluções de 20 startups para o agronegócio
Diante da necessidade de manter as atividades para garantir o abastecimento e o acesso da população aos alimentos em tempos de pandemia, a Bayer, em parceria com Sicredi, Orbia e AgTech Garage, lançou, no final de março, o Desafio Covid-19: Soluções Digitais para o Agronegócio. O objetivo da iniciativa é promover a difusão e a adoção de soluções confiáveis e de alto impacto desenvolvidas por startups para produtores rurais.
“A evolução do novo coronavírus no Brasil é uma preocupação também para o mercado agrícola, pois a Covid-19 impactou não apenas a área da saúde, mas tem afetado diversos setores da sociedade”, diz o responsável pela iniciativa, Dirceu Ferreira Junior, diretor do Centro de Expertise em Agricultura Tropical da Bayer Brasil.
Para José Tomé, CEO do AgTech Garage, um dos principais hubs de inovação do agronegócio brasileiro, a inovação aberta, através das startups, já é realidade no agronegócio brasileiro, principalmente pelo potencial inovador e agilidade que essas empresas nascentes de tecnologia proporcionam para o mercado. “E essas são características essenciais para o momento que vivemos. Estamos otimistas com essa ação, para conectar de forma massiva os produtores com as startups e minimizar os impactos do coronavírus no agronegócio”, diz.
Agora, as soluções das 20 empresas escolhidas estão disponíveis, gratuitamente, na plataforma da Orbia. Entre elas estão, por exemplo, a AgriQ, especializada em emissão de receituário agronômico de maneira digital, e a JetBov, que desenvolveu um software de gestão que permite o controle zootécnico para pecuária de corte e gestão da atividade. Já a Bart Digital oferece uma solução para a realização das operações de barter.
As outras empresas selecionadas e disponíveis na plataforma são: Agrare, AgriConnected, Agromove, Atomic Agro, Brain Agriculture, E-ctare, Elysios, Farmbox, FitoApp, Lukro, MyFarm, Nutrir, Sensix, SmartGranja, Sumá, Timbeter e Trucker.
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Bancos serão obrigados a colaborar com fintechs para sobreviver à crise
A colaboração com fintechs será essencial para a sobrevivência dos bancos. Esta é a conclusão principal de um relatório publicado ontem (23) pela consultoria Capgemini e a organização sem fins lucrativos Efma. O World FinTech Report 2020 prevê um cenário ainda mais competitivo no pós-pandemia, com maior presença das Big Techs como Google e Facebook e empresas que nasceram no ambiente digital.
O mundo “mudou dramaticamente nos últimos dois meses”, aponta o relatório, e a crise causará uma profunda evolução para os players do setor, que emergirão da crise de maneiras diferentes. Para navegar o cenário de mudança, bancos tradicionais serão obrigados a priorizar a colaboração com startups do segmento financeiro, as fintechs, através de equipes de colaboração autônomas e dedicadas que possam inovar rápido para tentar reduzir perdas.
Entre os principais problemas que impediram bancos tradicionais de colaborar com as fintechs até aqui estão os sistemas legados de tecnologia. O estudo da Capgemini reforça isso: apenas 21% dos bancos que participaram da pesquisa dizem ter plataformas ágeis o suficiente para colaboração.
Por outro lado, o relatório apresenta uma realidade paradoxal: apenas 6% dos bancos tradicionais dizem ter conseguido retorno do investimento que fizeram em negócios com startups até aqui. Mas fintechs também não estão contentes com esse relacionamento, com 70% relatando frustração com barreiras de processo dos bancos.
Reforço em sistemas de middle e back-end e parcerias com startups para promover ou acelerar sua transformação digital devem ser uma prioridade para bancos tradicionais, diz o estudo, que sugere a criação de parcerias orientadas a dados e centradas no cliente com as fintechs.
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Startups de São Paulo captam mais investimentos que países latinos
O estado de São Paulo responde por cerca de 83% de todo o investimento aplicado em novas empresas de base tecnológica e atrai mais recursos que o total captado por diversos países latino-americanos. Os dados são do São Paulo Tech, levantamento produzido pela rede de centros de inovação Distrito em parceria com a Associação Brasileira de Startups e a KPMG.
Startups do estado captaram mais de US$ 2,8 bilhões em investimentos entre 2019 e 2020, segundo o estudo, que aponta que o montante foi superior à somatória de portes recebidos por Chile, Colômbia, Argentina e México.
Existem 2.677 startups no território paulista ativas em 34 setores. Destas, 70% estão concentradas na capital, com 70,8% das startups do estado, seguidas dos municípios de Campinas (5%), Barueri (2,8%), Ribeirão Preto (2,7%) e São José dos Campos (2,6%).
As startups paulistas são tipicamente lideradas por homens (82,9%) de 30 a 35 anos de idade. As fintechs representam 13,5% das jovens empresas do estado, seguidas das startups da área de marketing, publicidade e comunicação, as adtechs, que representam 11,8% do total; e as healthtechs, de saúde, com 8,4%.
Cerca de 100 mil pessoas são empregadas por startups no estado. As que mais empregam são as fintechs, com quase 26 mil colaboradores, e as adtechs, com uma base de funcionários de mais de 8 mil pessoas. Startups focadas em varejo empregam cerca de 7 mil pessoas.
O banco digital Neon lançou uma campanha que agrega informações sobre produtos e serviços de microempreendedores individuais (MEIs) pelo país. A iniciativa O Poder da Comunidade Conta é um mural digital que busca conectar o público com empreendedores que podem não estar digitalizados, com uma espécie de guia com serviços apenas de MEIs. A página será atualizada periodicamente, com informações de novos empreendedores e será mantida após o fim da quarentena. A fintech diz ter cerca de 25% dos microempreendedores ativos no Brasil, ou seja, aproximadamente 2,5 milhões de clientes em sua base. Para participar, empreendedores devem preencher um formulário.
Na próxima quinta-feira (30), a D1, empresa de soluções de comunicação omnichannel e jornada do consumidor, vai realizar o evento Jornadas da Transformação – Varejo que, pela primeira vez, será online devido ao isolamento social. Gratuito, o encontro vai oferecer dicas para melhorar a experiência do cliente com a implementação da transformação digital nas empresas – principalmente em tempos de Covid-19, que vem afetando seriamente o varejo. Participarão da discussão Viviane Kim, cofundadora e responsável pela área de experiência da Liv Up, e Fábio Fialho, diretor de estratégia da Synapcom, empresa de soluções para e-commerce, e professor de varejo e bens de Consumo da USP. A moderação será feita pelo CRO da D1 e mentor na Endeavor, Alexandre Bazzi. Para participar, é preciso fazer a inscrição.
MAIS
– Startups de todos os tamanhos seguem enxugando suas operações no Brasil. Depois de empresas como Gympass, MaxMilhas, ContaAzul, QuintoAndar e RockContent terem anunciado cortes, a Oyo, empresa indiana de hotéis, precisou demitir “uma parcela” de sua base de colaboradores no Brasil. A empresa já tinha cerca de 700 funcionários no país e, apesar de o número exato dos cargos afetados não ser divulgado, ex-funcionários falam em uma demissão em massa, que resultou em cerca de 500 desligamentos. Financiada pelo SoftBank, a empresa, liderada no Brasil pelo ex-Uber Henrique Weaver, identifica pequenos hotéis decadentes, porém com boa localização, que possam se tornar novos franqueados da empresa. As propriedades então passam por um “banho de loja”, com reformas nos quartos, troca de enxovais e instalação de wi-fi de boa qualidade. A empresa já tinha centenas de hotéis afiliados no Brasil, mas muitos deles precisaram interromper operações por conta da pandemia;
– A PetLove, comércio eletrônico especializado em produtos para animais de estimação, lançou uma parceria com a Vet Smart para apoiar clínicas veterinárias e petshops de bairro. Graças à iniciativa, os parceiros poderão, de forma automática e rápida, criar um site de vendas integrado à plataforma da marca e terão a oportunidade de divulgar um site próprio para seus clientes;
– O Scale-up Endeavor B2B está com inscrições abertas para todo Brasil. O programa de apoio a empreendedores que oferecem soluções enterprise é realizado pela Endeavor, organização global e sem fins lucrativos de fomento ao empreendedorismo. A iniciativa busca formar a próxima rede de negócios de alto impacto B2B enterprise: empresas com soluções escaláveis e eficientes para grandes corporações em diversos setores no país. A seleção busca 15 scale-ups que estão revolucionando seus setores por meio de soluções (serviços ou produtos) com base tecnológica: HR techs, supply chain, indústria 4.0, cyber security, martechs & salestech, automação de gestão e processos, retail techs, legal techs, financial services e sustentabilidade. As inscrições estão abertas no site do programa até o dia 30 de abril;
– A proptech Loft está propondo a seus corretores parceiros que escolham entre trocar a comissão usual de 6% sobre a venda do imóvel por uma bonificação de R$ 4 mil por apartamento cadastrado. Se o corretor optar pela segunda opção, transfere à Loft e sua rede de agentes de alta performance a exclusividade de negociar o imóvel. O pagamento da comissão depende da avaliação e precificação do imóvel pela empresa, que então decide se paga os R$ 4 mil. A Loft diz que a iniciativa é dar mais liquidez a corretores sem a necessidade de fechamento de vendas durante a crise. A startup espera gastar até R$ 4 milhões em comissões antecipadas e a campanha deve durar até 30 de abril com possibilidade de extensão;
– A foodtech 100 FOODS, voltada para o consumo saudável com alimentos que não usam ingredientes de origem animal, acaba de captar R$ 750 mil em investimento anjo. Os recursos, segundo Paulo Ibri, fundador e CEO da empresa, serão utilizados para dar sequência no planejamento de expansão e para o lançamento de produtos que já foram testados;
– O ecommerce de moda fitness Honey Be acaba de lançar o projeto Honey Be Parceiros, um modelo de negócios que permite que as pessoas se cadastrem para vender os produtos da marca e, assim, garantam alguma renda durante a crise econômica gerada pelo isolamento social. Na prática, os parceiros terão, na loja virtual da Honey Be, uma página especial, totalmente personalizada, com configurações ajustadas, todo o suporte necessário e links para divulgação. Eles não precisarão se preocupar com estoques, logística, construção de marketing, pós-venda e branding. Todos os pedidos entrarão no fluxo normal de vendas do ecommerce já estruturado pela Honey Be.
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