Fundada há seis anos e meio, a DogHero, conhecida pelos serviços de passeios e hospedagem de cães, começou a oferecer, no início do mês, atendimento veterinário em domicílio. Desde então, os proprietários de pets cadastrados na plataforma e residentes em algumas regiões da cidade de São Paulo podem solicitar o atendimento em casa, por meio do aplicativo, para vacinas e consultas.
“Nós começamos com hospedagem. Em 2018, lançamos o dog walking e, no ano seguinte, os serviços de pet sitter e day care. Já vínhamos incrementando nosso portfólio, sempre com o objetivo de facilitar a posse dos animais, principalmente cachorros. Quando a pandemia começou, com o consequente isolamento social, decidimos antecipar a oferta de atendimento veterinário em domicílio, que vinha sendo estudada e seria lançada em algum momento. Achamos que este era o momento ideal”, conta Eduardo Baer, CEO e cofundador da empresa. “Apesar do confinamento, os animais continuam precisando de cuidados.”
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A hora é propícia inclusive do ponto de vista de negócio. Com o isolamento, houve uma queda expressiva na contratação dos serviços da empresa, altamente relacionados ao fato de os proprietários de animais trabalharem fora. O mais afetado foi o serviço de hospedagem, responsável pelo principal faturamento da startup: no pico, a queda chegou a 90%. Atualmente, diz Baer, já é possível sentir uma retomada, mas não ainda aos níveis de antes da pandemia.
A plataforma, que já opera em 930 cidades do Brasil, Argentina e México, e possui uma base de 1,4 milhão de pets cadastrados, vai, neste primeiro momento, atender alguns bairros da região central, zona oeste e zona sul da capital paulista, como Alto de Pinheiros, Barra Funda, Bela Vista, Cambuci, Campo Belo, Consolação, Itaim Bibi, Jardim Paulista, Lapa, Liberdade, Moema, Perdizes, República, Santa Cecília, Saúde, Sé, Vila Leopoldina e Vila Mariana. O piloto tem como objetivo aperfeiçoar o serviço antes de expandi-lo para outras cidades. E o potencial é enorme. O Brasil tem, atualmente, 54,2 milhões de cães e 23,9 milhões de gatos que movimentaram, só em 2019, R$ 36 bilhões segundo o Instituto Pet Brasil (IPB). Desse total, 16% foi gasto com serviços, algo em torno de R$ 6 bilhões.
Para chegar neste ponto, a plataforma precisou, primeiro, selecionar veterinários aptos a prestar o atendimento. Dos 60 candidatos, cinco foram selecionados pelos veterinários que atuam no escritório da DogHero. “Embora todos os serviços ligados a animais tenham uma grande dose de responsabilidade embutida, o atendimento veterinário envolve uma qualificação técnica diferenciada e estamos muito atentos a isso para garantir a excelência”, diz Baer, contando que o processo seletivo levou em consideração formação, experiência, referências, comportamento e flexibilidade para entender que este é um processo que está começando e que precisa ser construído em conjunto antes de ser ofertado para um número maior de clientes.
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Na prática, o proprietário do pet seleciona o serviço no app e, neste momento, entra em contato com um bot, que colhe as primeiras informações, como nome, tipo e idade do animal e atendimento necessário. Em questão de horas, o veterinário selecionado para o caso, de acordo com uma triagem interna, entra em contato com o dono do animal para uma pré-entrevista – para entender que tipo de equipamento, kits e medicamentos poderão ser necessários – e o agendamento é feito, normalmente em 24 horas. “Esse contato inicial do veterinário serve para detectar, inclusive, se não se trata de um caso de emergência. Em situações assim, o profissional já dá as primeiras orientações”, explica o executivo.
Ao custo de, em média, R$ 150 por consulta, a expectativa da startup é fazer entre 10 mil e 15 mil atendimentos nos primeiros seis meses. “Essa conta foi feita com base na percepção de que a curva de maturação de cada um dos nossos serviços tem diminuído, graças ao aumento da base de clientes e à consolidação da marca”, diz Baer, que projeta que o novo serviço pode, em cinco anos, superar, em faturamento, a oferta de hospedagem. O executivo diz não temer a fidelidade dos proprietários aos veterinários de seus mascotes. “De acordo com uma pesquisa interna, 40% dos nossos clientes possuem com um profissional de confiança. Isso quer dizer que há uma grande parcela de proprietários que poderia usar nosso serviço. E, mesmo no caso daqueles que são fiéis aos veterinários de seus pets, a ideia é atraí-los para atuar na plataforma”, diz, juntando o útil ao agradável.
Depois que tiver capacidade suficiente para atender toda a capital de São Paulo, Baer pretende entrar em Brasília e no Rio de Janeiro. Para ele, o futuro da DogHero contempla também outros serviços, como o banho e tosa em domicílio – oferta que passou, recentemente, a fazer parte do portfólio da Rover.com, principal investidora da startup brasileira, responsável por um aporte de R$ 27 milhões em março de 2019.
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