Amanhã (10), às 20h, quando Chico César começar a interpretar o disco “O Amor É Um Ato Revolucionário”, lançado no ano passado com grande repercussão, os espectadores poderão notar uma dose extra de profissionalismo em relação às centenas de lives que estamos acompanhando ao longo dos últimos meses.
O cantor e compositor é o convidado de estreia do Estúdio Showlivre, que pretende levar as lives – uma das poucas opções de entretenimento em tempos de isolamento social – a outro patamar. Com a inauguração do formato, a produtora e distribuidora de conteúdo digital pretende oferecer mais uma alternativa de remuneração a uma classe de profissionais que está praticamente parada desde o início da pandemia.
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“Estamos vivendo um momento em que as principais receitas para a indústria da música foram subtraídas de todos. Shows online, com vendas de ingressos, passam a ser uma forma de manter vivo o contato com os fãs e o rendimento para os artistas. É um novo modelo comercial de consumo de shows”, diz Walter Abreu, publicitário e CEO do Showlivre. “A possibilidade de todos terem acesso a novos shows, independentemente do local onde se realizam, traz uma grande oportunidade de ampliação de público e de democratização da música. O modelo de pagar pelo conteúdo está definitivamente se consolidando na indústria da música.”
A iniciativa é, na realidade, uma evolução da plataforma pay-per-view ShowlivrePlay (streaming de música ao vivo e on demand), lançada em abril e que, até agora, arrecadou R$ 36 mil com a venda de 12 mil ingressos de 60 shows. Cerca de metade desse valor foi destinado ao Fundo Emergencial para a Saúde Coronavírus Brasil, ação solidária que fez parte da campanha #MúsicaSalva.
A partir de agora, os artistas poderão usar o estúdio da produtora, localizado no Alto de Pinheiros, na capital paulista, com alta definição de áudio e vídeo e todas as medidas de segurança recomendadas pela Abralimp – Associação Brasileira do Mercado de Limpeza. Neste formato, os artistas se apresentam em formações reduzidas e a equipe do Showlivre fica fora do estúdio durante a transmissão ao vivo. As câmeras são fixas e os cortes de edição são feitos de uma outra sala, assim como a instrumentação do áudio.
Segundo Abreu, a expectativa é realizar 10 shows no estúdio por semana – Estevan Tavares, ex-Fresno, e o rapper Coruja BC1 já estão confirmados para os dias 17 de julho e 7 de agosto, respectivamente. O modelo de negócio consiste na divisão meio a meio das receitas líquidas (descontando impostos e os custos com os meios de pagamento) dos ingressos vendidos – com a vantagem que o ambiente virtual proporciona vendas ilimitadas. Os preços variam de acordo com os lotes: R$ 10 o primeiro (100 unidades), R$ 20 o segundo (200 ingressos) e R$ 30 o terceiro (sem quantidade limitada e direito a um ‘meet’ online).
Após a apresentação ao vivo, existe a alternativa de deixar o material disponível na plataforma – que já conta com 10 mil pessoas cadastradas – para ser consumido on demand, por R$ 10. A decisão, neste caso, é do artista, e o modelo de remuneração sobre essas vendas é o mesmo.
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O artista pode, ainda, optar por destinar uma parte da receita para uma instituição de sua preferência ou ficar com a sua metade integralmente. Interações também são permitidas. Além da possibilidade de enviar perguntas em vídeo para o artista, previamente, os espectadores podem mandar recados ao vivo, por chat, e responder às enquetes que serão feitas ao longo da transmissão.
A partir de agora, a concorrência – até então limitada às redes sociais – promete aumentar no setor de plataformas de transmissão com modelos de remuneração. Walter Abreu lembra, no entanto, que mais de 75% do consumo atual por este tipo de entretenimento vêm de fora do eixo Rio-São Paulo. “Isso mostra claramente que a carência de shows pelo Brasil afora é muito grande. Quando os shows presenciais voltarem, transmitiremos ao vivo, da mesma forma. É uma maneira de abrir acessos a todos que, por alguma razão, não podem estar presentes.”
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