O aplicativo de caronas intermunicipais Blablacar anunciou hoje (14) parceria com operadoras de ônibus de passageiros para a venda de passagens em sua plataforma e ampliar fonte de receitas após ser impactado pela crise gerada pelas medidas de isolamento social criadas contra o coronavírus.
A companhia de origem europeia vinha registrando ritmo de crescimento no país de 100% ao longo dos últimos 18 meses até fevereiro, quando o receio em torno da pandemia passou a derrubar a oferta de caronas no aplicativo, que chegou a recuar entre 50% a 60% em abril, disse Ricardo Leite, diretor-geral da Blablacar no Brasil.
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Agora a companhia pretende faturar cobrando comissões pela venda de passagens de ônibus em seu marketplace. A empresa já acertou 40 parcerias com grandes transportadoras, como Itapemirim e grupo Santa Cruz, e espera ter até o próximo ano mais de 100 viações parceiras da plataforma.
“Esperamos ser um dos principais canais de vendas de passagens de ônibus do país”, disse Igor Soares, gerente da área de ônibus da Blablacar. Com isso, a empresa, que antes apenas oferecia serviço de oferta de caronas em carros no Brasil, passará a competir com empresas especializadas em venda de passagens de ônibus pela internet como Buser e ClickBus.
Para as transportadoras, em um contexto dominado pelos efeitos da pandemia a lógica é clara: “Quem não tem interesse em vender lugar vazio? Hoje só não tem ociosidade em feriado prolongado”, disse o presidente do grupo Santa Cruz, Francisco Mazon.
Segundo ele, o movimento de passageiros em abril foi 15% do que havia sido em abril do ano passado. De lá para cá, o volume tem se recuperado, atingindo em setembro 43% do movimento registrado um ano antes.
“Não acreditamos que vamos chegar a 100% do que foi 2019 (em 2020), mas podemos chegar a 80% até o final do ano que vem”, disse Mazon, acrescentando que a empresa chegou a parar 50% de sua frota no pico da pandemia.
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Leite, da Blablacar, afirmou que o mercado de ônibus rodoviários do Brasil movimentava cerca 150 milhões de passageiros todos os anos até a pandemia, gerando R$ 15 bilhões em vendas, das quais 10% são realizadas online. Enquanto isso, a companhia tem mais de 7 milhões de membros cadastrados no país, com 11 milhões de viajantes por ano.
“A pandemia causou um impacto relevante na oferta….Mas desde então estamos crescendo de maneira tímida, com picos nos feriados”, disse o executivo.
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